Saneamento e educação ainda são obstáculos para 1,69 milhão de indígenas
Por Katia Maia/ Agência Voz
O Censo 2022 do IBGE revelou que a população indígena no Brasil aumentou 88,9% entre 2010 e 2022, somando 1,69 milhão de pessoas, ou 0,83% da população total do país. Essas comunidades estão espalhadas por 4.833 municípios e 8.568 localidades indígenas.
A maior concentração está na região Norte, que abriga 44,47% dos indígenas e 60,2% das localidades identificadas. No Nordeste, 39% das comunidades indígenas estão fora de terras oficialmente delimitadas.
Apesar do crescimento, desafios como saneamento e educação persistem. Em 2022, apenas 59,24% dos indígenas em áreas urbanas e fora de terras indígenas tinham acesso a saneamento básico adequado, contrastando com os 83,05% da média da população urbana brasileira. Já o acesso à água potável era ainda mais desigual: 89,92% para indígenas urbanos fora de terras tradicionais, contra 97,28% da população urbana geral.
Na educação, a taxa de analfabetismo indígena caiu de 23,4% em 2010 para 15% em 2022, mas ainda está muito acima da média nacional de 7%. Em áreas rurais, o índice chega a 20,8%.
O estudo também mostra mudanças no perfil de moradia, revelando que mais da metade, 54%, dos indígenas vivem em áreas urbanas, enquanto 46% estão em zonas rurais. Este movimento foi mais intenso em estados como Amazonas e Roraima, onde o número de indígenas em áreas rurais diminuiu significativamente.
Outro dado é a predominância feminina em áreas urbanas fora de terras indígenas, onde há 89 homens para cada 100 mulheres indígenas. Em áreas rurais e terras tradicionais, no entanto, o número de homens supera o de mulheres.
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil