Novos casos registrados de covid-19 no Brasil aumentaram em 28% nesta semana, segundo dados do Ministério da Saúde
O último Boletim Epidemiológico, divulgado pelo Ministério da Saúde, alerta para o crescimento dos casos de covid-19 no Brasil. De acordo com a análise, foram 198.769 novos casos registrados até o dia 9 de dezembro, o que representa um aumento de 28% quando comparado ao mesmo período na semana anterior.
O vírus da covid-19 se espalha rapidamente, o que faz com que a transmissão dele seja alta. O infectologista Manuel Palacios explica que isso acontece porque o vírus se espalha por meio do contato com gotículas, principalmente quando as pessoas tossem e espirram. “Eles podem transmitir essas partículas e junto com elas o vírus também vai. Isso acontece com rapidez principalmente porque essas gotículas têm uma possibilidade de chegar até um metro da pessoa. A questão do distanciamento e do uso de máscaras. Medidas um pouco mais permissivas, então permite que as pessoas estejam mais expostas”, informa.
O infectologista afirma que para diminuir novamente a taxa de transmissão do coronavírus é necessário manter distanciamento entre pessoas, principalmente, em áreas de aglomeração, como em transportes públicos, hospitais e bancos. Higienizar as mãos e estar vacinado com as doses de reforço também é importante para a prevenção da doença.
Palacios explica que apesar de casos graves terem diminuído em comparação aos anos anteriores, isso não quer dizer que tenham acabado. “Principalmente em pessoas que têm imunossupressão. Então pra essas pessoas que a gente precisa ter muito cuidado e precisa continuar a prevenção da covid, não pode de nenhuma maneira, de nenhum modo ter esse relaxamento dessas medidas de de prevenção”, alerta .
O número de mortes registradas por covid-19 também aumentou, com um crescimento de 17%. Foram 92 mortes nesta semana, em comparação às 78 da semana passada.
Além disso, o Brasil apresentou uma estimativa de 34.258.240 casos recuperados. A estimação é feita por um cálculo que leva em consideração os registros de casos e óbitos confirmados para covid-19, reportados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Luíza Quariguazy, 24, estudante, testou positivo para covid-19 duas vezes neste ano. Na primeira vez, entre janeiro e fevereiro, e depois no dia 6 de dezembro. Ela apresentou febre, enjoo, falta de apetite, enxaqueca, fraqueza e tontura.
Ela afirma que nesses últimos meses, antes de pegar a doença, tinha parado de usar máscara de proteção e álcool em gel. “Não, não estava mais usando. Eu achei que ele já tivesse diminuído o contágio. E como eu já tinha três doses eu não estava tão preocupada com o covid assim”, admite.
SUS perde participação em procedimentos hospitalares
Segundo pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os impactos da pandemia de covid-19 sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda precisam ser estudados. Porém, já se sabe que houve uma demanda maior de procedimentos e atendimentos hospitalares no Brasil após o início da pandemia, em 2020.
O estudo mostra que após o início da pandemia, o Brasil apresenta 1.102.146 procedimentos que estão em falta e com potencial de demanda. “Algumas regiões do país apresentam déficit considerável de atendimentos clínicos e procedimentos cirúrgicos que podem evoluir com complicações. Além disso, a demanda reprimida nos exames e diagnósticos representam problemas para agravamento de condições clínicas não atendidas a tempo”, afirma a pesquisa.
Apesar dos primeiros cinco meses analisados em 2022 apresentarem uma melhora do sistema, o número de procedimentos não realizados “ainda traz um passivo enorme de atendimentos”.
As informações são da Nota Técnica Demanda potencial de atendimentos hospitalares em razão da pandemia de Covid-19, estudo feito por pesquisadores do MonitoraCovid-19 e do Projeto de Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde (Proadess), ambas vinculadas ao Instituto de Comunicação e Informação em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz).