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Crianças superdotadas: especialista explica desafio das escolas

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Por: Lucas Briquez/MF Assessoria
Cada vez mais crianças estão sendo consideradas “superdotadas”, o que significa que elas têm uma inteligência/ Qi acima da média. Para Lucas Briquez, diretor administrativo da Teia Multicultural e CEO da Asas Educação, todas as crianças e todos os adolescentes têm características específicas, o que demanda, para a escola, abordagens específicas. No caso dos superdotados não é diferente.

“Eu acredito muito no modelo de escola com um número grande de educadores por aluno, para que todos tenham um olhar mais apurado e individualizado, independentemente desses alunos terem dificuldades com alguns conteúdos ou facilidades com outros. Até porque muitos alunos com o QI alto podem não ter sido identificados ainda”, explicou.

Segundo o educador, em contrapartida, uma criança com um QI alto, que foi diagnosticada nova, corre o risco de ser vista como um pequeno adulto pelos seus pais, familiares e amigos. Isso acontece porque essa criança consegue conversar sobre alguns assuntos, que, geralmente, somente adultos conseguem. No entanto, é importante lembrar que, ainda que ela tenha uma capacidade cognitiva acima da média, é uma criança que precisa correr, brincar, interagir com outras crianças e falar de assunto de criança”, pontuou.

Adiantamento de turmas

Segundo Lucas, muitas escolas adiantam muitos anos, o que ele nem sempre considera indicado.

“Por mais que a criança tenha capacidade de assimilar alguns conhecimentos, de construir algumas produções e outras coisas, por outro lado, é importante que ela não pule etapas, sobretudo, no que diz respeito ao seu desenvolvimento socioemocional. Para esse desenvolvimento é importante que ela consiga lidar com outras crianças”, disse.

Para o profissional, essa escolha de pular muitos anos se dá, algumas vezes, porque a escola não consegue criar uma atividade direcionada única e exclusivamente para aquela criança.

“Um outro cuidado que considero bastante importante é que as crianças não sejam estimuladas a aprender coisas erradas. No sentido de que, por exemplo, uma criança pode ter uma crise de ansiedade e isso pode levar ela a não ter que lidar com algum tipo de posição na frente da turma. Então, a criança pode acabar aprendendo que a crise de ansiedade é benéfica. O que é um erro. Então, deve haver muito cuidado para que uma criança que tem um alto poder de aprendizagem não crie processos que levem a um quadro de um transtorno de ansiedade, por exemplo, ou até de um transtorno de depressão”, alertou.

Por fim, Briquez também afirmou que, se por um lado a criança tem uma grande capacidade cognitiva, isso não significa que, necessariamente, ela tem um grande desenvolvimento emocional.

“Geralmente o desenvolvimento social da criança superdotada é baixo. Até porque, às vezes, ela sente que é muito mais inteligente que os colegas, partindo do princípio que ela está em um nível muito acima do que é o esperado para aquela faixa etária. A sensação dela é que os outros deveriam saber aquilo que ela também sabe. Então, ela tende a se irritar com mais facilidade com os colegas. O principal ponto de atenção das instituições e de quem convive com crianças com alto Qi é que ela perceba desenvolver o autoconhecimento da criança”, finalizou.

Sobre Lucas Briquez

Lucas Briquez é diretor administrativo da Teia Multicultural e CEO da Asas Educação com um vasto currículo de dedicação à educação e à gestão de instituições de ensino.
Foto de capa: Divulgação/Pixabay

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