Acompanho por esses dias situações políticas que não preocupam apenas a minha pessoa, mas muitos daqueles que sabem diferenciar análise política de análise de mesa de bar, de quem não pensa, mas apenas reproduz literalmente tudo aquilo que os poucos que são pagos para isso pensam. Apesar de entender que quem pensa demais pode morrer de idiotice, e a prova maior disso foi Dilma Rousseff, que sempre orientada politicamente para tomar posições, inclusive impopulares, não tomou, decepções serão iluminadas para todos em pouco tempo com a tomada do poder pela força política coordenada por Michel Temer, Eduardo Cunha e outros mais.
Primeiro alijar a existência do Ministério da Cultura e outras estruturas administrativas executoras de Políticas Públicas, segundo colocar a Empresa Brasil de Comunicação em função de interesses apenas de quem acha que opinião deve ser apenas de poucos em detrimento dos muitos que pensam, e terceiro Michel Temer encomendar levantamento para mudar o funcionamento de anúncios e patrocínios e "evitar associação com produtos de opinião, como os blogs", e se associar mais a "produtos jornalísticos que tenham conteúdo de interesse público, são coisas de arrepiar os cabelos.
Eliminar o Ministério da Cultura e colocá-lo a disposição do DEM e de seu programa ideológico, alinhar a Secretaria de Direitos Humanos ao Ministério da Justiça, eliminar estruturas para mulheres, negros e minorias, e ouvir um Malafaia da vida, são erros políticos para o país sem precedentes, considerando que somos diversos, aonde cada um de nós devemos respeitar as diferenças para existir em grupo social. Quem mais se beneficiou com os programas pautados pela lei de isenção fiscal, foram exatamente todos aqueles que defenderam o golpe contra os milhões de votos que a democracia brasileira permitiu (bingo para eles mesmos!). Achar que o discurso de Malafaia está correto, é achar que não somos brasileiros, e ao mesmo tempo não reconhecer nossa diversidade humana, ou seja, é achar que deveremos todos ser produtos da tentativa do eterno catecismo do espírito de rebanho, do espírito de manada. Tem gente que não aceita a cor do sangue vermelho nas veias de todo mundo!
Em relação à Empresa Brasil de Comunicação parece que o novo Governo interino quer de fato controlar o sistema de produção das informações que todos os setores formadores de opinião no Brasil acompanham. A legislação é clara, e Temer querer mudar a presidência da EBC passando por cima da lei não pode, o que se configura autoritarismo político das informações no país. Parece que em pleno século 21 apenas um homem e um grupo político são contra a todo e qualquer tipo de opinião, pois entendem que suas opiniões é que devem prevalecer na sociedade. Mudar as regras é estabelecer parâmetros entre a diversidade de pensamento e o pensamento único, e isso é ultraliberalismo, que não libera nada, apenas reprime. O presidente da EBC, Ricardo Melo, deve cumprir seu mandato de quatro anos como reza a lei, ou então a Constituição Brasileira está sendo jogada na fogueira, e isso é perigoso, porque é pior do que a ditadura militar, tão mal-vista.
Mandar fazer um levantamento de quem como formador de opinião recebe dinheiro pró-governo (diga-se de Dilma) é tolher a liberdade de expressão tão declamada na Constituição de 1988. Lembrando que os blogueiros que mais formam opinião contra o chamado golpe “branco” de Cunha e Temer, PMDB, PSDB e DEM (sem outros, pois Paulinho da Força foi traído) não recebem dinheiro do Estado, pois o Estado coordenado por Dilma confiou foi nos Marinhos e outros papagaios mais. Achar que estes não vão continuar formando opinião é de uma resistência a raciocínio que ultrapassa os limites do ponderável e do rosto no espelho, que não muda.
A preocupação de todos é que irmãos Koch, FIESP, Cunha, Michel, senadores tucanos, endemoniados mais, os “paulinhos” sem ministério, pensam que apenas eles é que devem formar opinião na sociedade brasileira. Sei não, mas parcela dos brasileiros não é personagem dos livros de Huxley e Orweell, é formada de seres humanos que pensam e não vão de modo nenhum serem transformados em “robopatas” modernos. Deixe está Temer…!