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Cúpula da Amazônia, em Belém, começa a debater defesa da floresta e desenvolvimento sustentável

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Na véspera do evento, presidente do Brasil declarou que Amazônia “não deve ser santuário, mas deve gerar riqueza”

Por Janine Gaspar/Agência Brasil 61

Temas desafiadores como a preservação da Amazônia, sem abrir mão do desenvolvimento sustentável, começaram a ser debatidos nesta terça-feira (8) pela Cúpula da Amazônia, em Belém, no Pará. O encontro se estende até amanhã(9). O evento reúne representantes dos oito países integrantes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). São eles: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Além  disso, representantes da sociedade civil, como de entidades de defesa do meio ambiente, também marcaram presença na abertura da Cúpula, que antes mesmo de sua realização já despertara muita atenção na comunidade internacional.

Logo na abertura do evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou o cronograma e pontuou alguns dos temas a serem abordados. “Vamos discutir e promover uma nova visão de desenvolvimento sustentável e inclusivo na região, combinando a proteção ambiental com a geração de empregos dignos e a defesa dos direitos de quem vive na Amazônia. Precisaremos conciliar a proteção ambiental com a inclusão social, o fomento à ciência, tecnologia e inovação, o estímulo à economia local, o combate ao crime internacional e a valorização dos povos indígenas e de comunidades tradicionais e seus conhecimentos ancestrais”, afirmou.

Também discursaram na abertura da Cúpula da Amazônia as autoridades de outros países presentes e representantes da sociedade civil que participaram das plenárias realizadas no âmbito dos Diálogos Amazônicos, evento que antecedeu a Cúpula para o desenvolvimento de propostas da sociedade civil organizada. 

Na ocasião, o  presidente do Parlamento  Amazônico (Parlamaz), o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que comentou sobre a função da entidade. “O trabalho do Parlamaz está relacionado à necessidade de que nossas casas legislativas, juntas, enfrentem esses problemas e apontem as soluções. Há que se ter um trabalho de transversalidade entre os países para que, unindo as forças, possamos enfrentar os complexos e difíceis problemas que existem no território amazônico”, enfatizou.

Lula diz que Amazônia tem que gerar riqueza — “e não ser santuário”

Na véspera da Cúpula da Amazônia, durante evento em Santarém, no Pará, o presidente do Brasil  afirmou o desejo de preservar a Amazônia — “não como um santuário, mas como uma fonte de aprendizado da ciência do mundo inteiro, para que se encontre um jeito de preservar ganhando dinheiro para a população local”.

O cientista político André César, sócio da Hold Assessoria Legislativa, comentou a declaração: “Temos até onde a gente pode ir na questão da Amazônia, e aí a Amazônia pode ser um grande celeiro global e o Brasil ganhar muito com isso. A Amazônia é nossa, não vai ser um santuário — só que nós vamos colaborar com o planeta tratando bem, e aí passa pela questão da população, que pode contribuir para um melhor tratamento do bioma e tudo mais. O país ganha, com geração de empregos, com qualidade, recuperando populações ribeirinhas, e tudo mais. E o planeta ganha, que nós estamos tratando melhor num momento de crise climática”.

O desenvolvimento sustentável da região amazônica foi um dos alicerces da campanha eleitoral do presidente Lula. Ao assumir, o seu  governo criou a Secretaria Nacional de Bioeconomia, sob o comando do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima. O objetivo é desenvolver a economia local sem aumentar o desmatamento.

Foto de Capa: Ricardo Stuckert/PR

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