redacao@jornaldosudoeste.com

Data Favela, Cufa Brasil e IBGE fazem ação “Favela no Mapa” para coletar dados para o Censo

Publicado em

 Entidades ajudarão a abrir portas para o trabalho de recenseadores em todo país

 

 

Por: Catarina Boechat| GBR Comunicação

 

 

 

Na fase final de apuração do Censo Demográfico, o IBGE, Instituto Data Favela e a Central Única das Favelas (CUFA Brasil) deram início neste sábado (25) à ação “Favela no Mapa”, com o objetivo de reduzir o percentual de domicílios que não responderam o Censo 2022 em comunidades. A primeira mobilização de coleta acontecerá em São Paulo e no Rio de Janeiro. Nos próximos dias, os recenseadores do IBGE e representantes das duas instituições estarão em favelas selecionadas em todo Brasil.

“Essa ação conjunta é uma demonstração de que o IBGE não mede esforços nem recursos em busca de parcerias públicas ou privadas capazes de somar para o Censo, para o Brasil, para os brasileiros. Estamos fazendo um trabalho incrível e inédito na história dos Censos, em que pesem todos os desafios e dificuldades que enfrentamos e que não nos fizeram recuar”, afirma Cimar Azeredo, presidente do IBGE.

A parceria com a CUFA Brasil e o Data Favela ajudará a abrir portas para o Censo na importante missão de avançar com a coleta de dados nas favelas de todo o país. Nesses locais, além de ausência e recusa, há outros problemas como omissão de domicílios (de fundos ou na laje) e dificuldades de acesso e circulação.

“Esta iniciativa garante a visibilidade das comunidades. O Censo como a principal pesquisa do Brasil é fundamental para políticas públicas baseadas em evidências. Com a parceria ‘Favela no Mapa’ ganha a sociedade, ganha a economia, ganha o Brasil”, afirma Renato Meirelles, fundador do Data Favela.

Depois de ter sido retardado por dois anos devido à pandemia de covid-19 e deficiências orçamentárias, o censo de 2022 já ouviu 91% dos domicílios brasileiros, mas o desafio é concluir a coleta de dados a tempo de iniciar a divulgação prevista para abril ou maio. Segundo levantamento do Data Favela, um contingente entre 16 e 18 milhões de brasileiros, que equivaleria ao terceiro ou quarto Estado do país, mora em favelas e comunidades e que nem sempre são acessíveis para os recenseadores.

Com a atuação de uma ampla rede de lideranças da CUFA e do Data Favela, o IBGE vai ampliar o acesso a uma população que muitas vezes não é facilmente acessada pelos recenseadores. Seja pelo fato de a maior parte dos habitantes destas comunidades passar grande parte do dia trabalhando fora, pelas dificuldades em encontrar domicílios devido à densidade de moradias e a ausência de endereçamento ou ainda pelos recenseadores serem recebidos por uma população que, algumas vezes, prefere não prestar informações.

Agora, as portas das comunidades serão abertas pela rede de lideranças e ativistas sociais, que vivem, de dentro, a realidade destes lugares. “A CUFA está em quase todas as favelas do Brasil e entendemos que essa parceria é fundamental para facilitar o acesso do IBGE e conferir visibilidade às informações relativas aos moradores da favela, os inserindo, de fato, no mapa do Brasil para construções de futuras políticas públicas efetivas voltadas para estes territórios”, explica a presidente da CUFA, Kalyne Lima.

Em São Paulo, o lançamento da parceria contou com a presença da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, além de Cimar Azeredo, Renato Meirelles e Kalyne Lima. O início do censo nas favelas do Rio foi acompanhado pelo CEO da Favela Holding e fundador do Data Favela, Celso Athayde.

 

Foto de Capa: wirestock/Freepik

Deixe um comentário