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De brisa a tempestade

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E Ele sempre falava com carinho.

Cada erro que seus Pequenos cometiam era  repreendido com palavras mansas, com carinho e explicações.

Quando achou que era o tempo devido, sentou com todos e explicou demoradamente cada um dos pontos daquele assunto mais delicado.

Falou de um jeito tão fácil que mesmo o menorzinho dos quatro entendeu tudo.

Mandou que fossem brincar.

O tempo passou e, um dia, um deles fez errado.

Justo naquele ponto.

O pai chamou, disse que não podia, advertiu.

Os outros três iam pela estrada afora sem nem se  lembrarem do assunto.

Virava e mexia, o mesmo filho errava no mesmo ponto.

O pai chamava e, pacientemente, corrigia.

Uma.

Duas.

Três vezes.

Até que, lá pelas tantas, o pai ficou sabendo que aquele menino deu nó em pingo d’agua  e fez o que não devia com todo o requinte de” danadeza” que alguém pudesse imaginar.

O Pai, que era a serenidade em pessoa, virou tempestade.

Raios, relâmpagos e trovões.

Pegou o garoto pela mão ao som de ruidosa tempestade e levou até seu quarto.

Passou com ele ali tempo suficiente para fazê-lo se lembrar de todas as vezes em que haviam conversado, todas as vezes em que ele havia sido avisado, lembrado, advertido.

O pai lembrou quantas vezes fora brisa suave antes de tempestade se tornar.

Nesse dia de chuva forte e ventania, o menino recebeu a punição que jamais recebera, que nunca vira seus irmãos recebendo.

Quando saiu do quarto, abraçado ao pai que voltara a ser brisa suave, tinha no coraçãozinho duas certezas:

Seu pai o amava e ele jamais voltaria a cometer o mesmo erro.

 

 

 

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