A II Flican é uma realização da Dona Edite Comunicação Integrada. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Pedro Calmon (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal. Toda a programação da feira poderá ser conferida, gratuitamente, pelo público no canal Youtube do Campus Avançado da Uneb em Canudos e pela Canudos TV.
Por Secretaria de Comunicação Social – Governo da Bahia
Um dos temas mais estudados no Brasil na atualidade, a Guerra de Canudos não poderia ficar fora da pauta do principal evento literário do sertão baiano. Durante a II Feira Literária de Canudos (Flican), que acontece de 8 a 10 de abril, autores, artistas e pesquisadores vão se debruçar sobre os aspectos históricos, míticos e o impacto desse símbolo de luta e resistência, no contexto contemporâneo do país. Entre os participantes das mesas estão importantes especialistas no assunto, como o coordenador do Centro de Estudos Euclydes da Cunha da Uneb Manoel Neto, o cineasta Antônio Olavo, o fotógrafo Evandro Teixeira e o escritor Eldon Canário.
Uma das mesas dedicadas ao tema acontece no dia 09/04 (sexta-feira), às 14h15, com o título de Evocação de Canudos. Mediada pelo curador da Flican, professor Luiz Paulo Neiva, a mesa contará com a participação de Manoel Neto, Pedro Lima Vasconcelos (Universidade Federal de Alagoas), Floriza Sena (Instituto Popular Memorial de Canudos), do historiador João Batista e do professor João Ferreira.
“Evocação de Canudos, do presente ao passado ou do passado ao presente, pode significar a presentificação dos fenômenos que deram forma a Canudos, desde as imagens dos rincões desertos do sertão, da sua formação societária, econômica, histórica, política, religiosa, linguística até a formação da fazenda canudos, do arraial de Canudos e de suas gentes chegadas com o Conselheiro, das forças desiguais e antagônicos, dos palcos e horrores da guerra fratricida, das águas do rio Vaza Barris represadas no Cocorobó, sepultando os restos da Delenda Canudos, a Jerusalém de Taipa”, diz Luiz Paulo Neiva, que também é diretor do Campus Avançado da Uneb em Canudos,
“Para quem ‘vive’ Canudos há mais de 35 anos, as evocações são várias, diversas. São evocações sobre o espaço físico, o cenário onde está cidade está colocada, no semiárido. E sobre pessoas com as quais convivi e aprendi a desvendar a alma do sertão, os bichos, os costumes, o modo de ver o mundo e a vida. A minha participação na mesa será uma forma de falar sobre esse mundo e como tenho vivido nela”, diz Manoel Neto que é autor de artigos, ensaios e da Cartilha Histórica de Canudos, entre outras obras.
Também na sexta-feira, às 19h20, acontece a mesa Museu João de Régis: Olhares e vertigens na memória. O debate contará com a participação de Antônio Olavo, Evandro Teixeira, autor do livro Canudos 100 anos (1997) e um dos homenageados desta edição da feira, além do historiador Sérgio Guerra, convidado a falar sobre o acervo fotográfico de Flávio de Barros, que foi um dos poucos a registrar imagens da Guerra de Canudos e autor da única foto conhecida de Antônio Conselheiro.
“Minha história com Canudos começou há 38 anos, quando fui fazer um trabalho como fotógrafo em Monte Santo e ouvia as pessoas falarem das histórias de seus antepassados. A partir daí, comecei a me interessar e pesquisar sobre o assunto, que é hoje um dos mais estudados nas universidades brasileiras”, conta Olavo. Ele destacou ainda a importância da segunda edição da Flican, consolidando um espaço para discussão de temas que são universais.
Depoimentos e passeios virtuais
No sábado, às 19h, o tema Olhares e vertigens na memória coloca em destaque o trabalho do artista plástico Trípolli Gaudenzi, convidado que também é um dos homenageados desta edição pelas suas obras sobre Canudos, e do poeta e pesquisador José Aras, já falecido (1893-1979). Ele será evocado por Lina Aras, uma de suas descendentes.
Outro ponto forte serão os depoimentos memoriais que serão apresentados, ao longo da Flican, resgatando a história de luta e resistência dos antigos habitantes do lugar. Dona Duru e Joselina Guerra falarão sobre os relatos que ouviram de seus antepassados, nas manhãs de sexta (09/04) e sábado (10/04), respectivamente. A programação dos depoimentos memoriais também terá a participação de Eldon Canário, que se apresenta na tarde de sexta, e que falará sobre o cotidiano da sua vida na segunda Canudos.
O público poderá acompanhar ainda um passeio virtual por locais guardadores da memória histórica, tais como, Memorial Antônio Conselheiro, o Parque Estadual de Canudos, Museu Manoel Travessa, Instituto Popular Memorial de Canudos e o Museu João de Régis, que foi implantado recentemente, sob a curadoria do artista plástico e cenógrafo Edmilson Santana.