Para proteger as profissionais responsáveis pela segurança pública dos baianos, o Centro de Referência da Mulher Policial Militar – Centro Maria Felipa promoveu um seminário sobre defesa pessoal no Ginásio de Esportes do Clube dos Oficiais, na Avenida Dendezeiros, em Salvador, nesta quarta-feira (29). A modalidade de luta escolhida foi a Krav magá, utilizada pelo Exército israelense.
Entre as participantes do seminário, a cabo Edilma Ferreira tem mais de 20 anos de PM e já precisou de força, agilidade e técnica durante o trabalho. “Uma vez, em serviço no Centro de Abastecimento em Camaçari, fomos solicitados a comparecer a um local onde estava ocorrendo uma agressão. O agressor estava com uma arma branca e nós tivemos que usar a força. Eu imobilizei o agressor, algemei e solicitei a presença da viatura para conduzi-lo até a delegacia”. Outra situação, acrescenta Edilma, “foi para separar a briga entre duas mulheres. A população não estava disposta a ajudar e eu tive que usar a força também, para conduzi-las até a delegacia”.
O Centro Maria Felipa foi criado no dia 10 de março de 2006. De acordo com a coordenadora da unidade, capitã Edilânia Aguiar, o seminário faz parte das comemorações do Mês da Mulher e do aniversário do centro. “É também para a comunidade saber que a mulher tem força para se defender e para defender o cidadão que precisa da atuação da Polícia Militar”, afirma.
A unidade oferece atividades de valorização da mulher e cursos para gestantes, entre outras. “Temos uma sala de cuidados para trabalhar a autoestima da mulher. Muitas delas se masculinizam para trabalhar na PM e, como Maria Felipa não se masculinizou para defender a Bahia, nós levamos para as policiais femininas cabeleireiros, manicures, maquiadores. Elas também assistem palestras de discussão de gênero e fazem exame de mama no Outubro Rosa, além de outras atividades”, explica a capitã.
Homenagem
Maria Felipa de Oliveira, que inspirou o nome do Centro de Referência da Mulher na Polícia Militar da Bahia, nasceu em data não registrada pela história, em Gameleira, no povoado de Ponta das Baleias, na Ilha de Itaparica. Morreu em 24 de janeiro de 1873. Mulher simples, do povo, ela liderou, em 1823, dezenas de homens, índios e mulheres na queima das 42 embarcações de guerra que estavam aportadas na Praia do Convento, prontas para atacar Salvador. Maria Felipa ecoou o grito da vitória ao lado dos guerreiros itaparicanos. Nascia assim, a primeira heroína negra da Independência da Bahia.
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