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Déficit de armazenagem chega a 118,5 milhões de toneladas no Brasil

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Falta de infraestrutura prejudica produtores ao puxar para baixo preço das commodities

por Agência Brasil 61

De acordo com o presidente da Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos da Abimaq, Paulo Bertolini, está previsto um déficit de armazenagem de 118,5 milhões de toneladas para a safra de grãos 2022/2023. Essa situação pode acarretar prejuízos aos produtores rurais.

A capacidade estática de armazenagem de grãos é de 194 milhões de toneladas, enquanto a produção esperada para o Brasil é de 312,5 milhões de toneladas. Essa diferença pode resultar em perdas e uma queda nos preços das commodities, como explica Bertolini.

A falta de estrutura de armazenamento pressiona os produtores a se desfazerem de suas safras, já que não possuem locais adequados para secagem, limpeza e armazenamento dos grãos. Isso leva a um excesso de oferta no mercado e uma intensa queda nos preços das commodities. Portanto, parte da atual queda nos preços é consequência da falta de infraestrutura e, principalmente, de armazéns.

O especialista destaca que a tendência é o setor agrícola continuar crescendo, o que requer investimentos em infraestrutura adequada. O déficit de armazenagem vem se acumulando ao longo dos anos, uma vez que a capacidade de armazenamento aumenta em média 4,8 milhões de toneladas, abaixo do ritmo de crescimento da produção de grãos, que avança cerca de 9,4 milhões de toneladas.

Paulo Bertolini estima que seja necessário investir pelo menos R$15 bilhões anualmente em novos silos apenas para acompanhar o ritmo de crescimento da agricultura de grãos no Brasil, sem considerar a redução do déficit.

Outra questão levantada pelo especialista é a localização dos silos. Idealmente, o armazenamento deveria estar o mais próximo possível das áreas de produção. No entanto, apenas 15% da capacidade estática de armazenagem no Brasil está localizada nas fazendas. Isso resulta em desperdício, prejuízos, perda de renda e danos às estradas devido à concentração do transporte durante o pico da safra, em vez de ser distribuído ao longo do ano. A falta de armazéns traz prejuízos gerais para todos os envolvidos.

Foto de Capa: Claudio Neves|Portos do Paraná

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