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Desde sempre

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Gosto de falar em desde sempre.

O que será que há desde sempre?

O nascer e o pôr do sol.

Eles estão desde sempre.

Ninguém que aqui esteve, está ou estará nasceu, viveu, morreu, nascerá, viverá ou morrerá sem ver e sentir, a cada manhã e a cada tarde, o nascer e o pôr do sol.

Só isso, nada mais.

Tudo o que está a nossa volta muda tanto, de um tanto, que muitas vezes nos assustamos ao relembrar como era, vermos como é e imaginar como será.

Ainda hoje, enquanto dividia solicitações em uma lista, a cada pouco, pesquisava no Google nomes e formas de produtos.

Perguntei às pessoas da minha equipe:

“Como era fazer tudo isso sem o Sr. Google?”

Elas, que fazem essa divisão desde há muito tempo,  não se lembravam mais de como era fazer isso sem ajuda externa.

Desde sempre.

Parece que desde sempre o Sr. Google existiu.

Afinal, nos ajuda tanto, é tão mais fácil com ele aqui.

Mas, até bem pouco tempo, tínhamos que nos virar com grossas listas telefônicas, imensos dicionários, agendas e pesquisas de campo.

O que nos faz feliz, quando chega e se instala, espalha-se de tal maneira, ocupando todos os cantos e recantos que parece mesmo que sempre ali esteve e pensamos admirados: como foi que vivi sem? Tão bom, parece que aqui está desde sempre.

E, aí, acostumamos com as delícias que nos trazem pensamos felizes:

“É para sempre.”

É para sempre sim, o nascer e o pôr do sol, desde sempre e para sempre.

O restante, de bom e de ruim que hoje há, pode ocorrer desde sempre, mas tenha certeza: não é para sempre.

Ao contrário do sol e das promessas de quem o fez, tudo o que hoje está  passará.

Sendo assim, aproveite bem o que lhe é caro desde sempre, porque ele não é para sempre.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 744