A longa estiagem que afeta a região Sudoeste da Bahia, sem dúvida traz danos irreparáveis à economia.
Nos leva a refletir suas causas, decorrentes da grande desordem ambiental pós revolução industrial, e com o acelerado crescimento da população os recursos naturais são divididos cada vez mais por um número maior de pessoas, enquanto a sua reposição não acompanha a mesma proporcionalidade.
Tive oportunidade de ser parecerista do Fundo Nacional do Meio Ambiente, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, que debruçado no mapa de Desertificação do Brasil, isso em 2001, constatávamos enormes manchas apontando o grave processo de desertificação no Brasil.
Constava nesse mapa a região de Itapetinga na Bahia, com um alerta sobre a situação dessa região, num processo de desertificação considerado muito grave, comprovado com as recentes deficiências pluviométricas que nesse ano, chega a um ponto crítico com as terras outrora consideradas das mais promissoras, sobretudo para a pecuária, sendo noticia em rede nacional das perdas decorrentes dessa estiagem, dizimando o rebanho e comprometendo seriamente a economia da região.
Não basta esperar o período das águas, para reparar os danos, replantar lavouras e pastagens, encher as aguadas, rios e riachos, enquanto não sejam adotadas medidas mitigadoras desse processo de desertificação.
Recentemente fiz uma viagem pelo interior de minas gerais e verifiquei que as margens dos rios e riachos estão sendo recuperadas, muitas delas com bambu, que cresce rápido, está amparado pela lei federal 12.484, de 11 de setembro de 2011, que dispõe sobre a política nacional de incentivo ao manejo sustentado e ao cultivo do bambu, que tem por objetivo o desenvolvimento da cultura do bambu no Brasil por meio de ações governamentais e de empreendimentos privados, e essa seria uma das ações que o Governo da Bahia deve propor juntamente com demais ações ambientais saneadoras capazes de iniciar um processo de minimizar a desertificação, onde florestas possam ser recuperadas, de forma que Itapetinga e região possam voltar a ter sua sustentação econômica alicerçada com a força de uma agropecuária eficiente, rica e produtiva.
Aliás, faço um apelo a Uesb com seu campus de Itapetinga que se debrucem sobre esse desafio para contribuir com a recuperação da região.