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Desmatamento no Cerrado cai 33%, mas ainda é alto

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Perda de vegetação equivale a uma área maior que o DF

Por: Katia Maia

O desmatamento no Cerrado caiu 33% em 2024 em comparação com o ano anterior. Foram 712 mil hectares de vegetação nativa destruídos, contra 1 milhão de hectares em 2023. A área de mata nativa perdida no ano passado equivale a uma área maior do que o Distrito Federal.

Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

Apesar da redução, especialistas alertam que o desmatamento ainda é alto. A pesquisadora Fernanda Ribeiro, do Ipam, destaca que o Cerrado perdeu quase o dobro da área devastada na Amazônia no mesmo período.

A maior parte da destruição aconteceu dentro de propriedades privadas, onde a legislação permite o desmate de até 80% da área total. Um percentual bem maior que o permitido na Amazônia Legal, por exemplo, onde o limite é de 20%.

Fernanda Ribeiro defende que apenas as políticas de combate e controle não são suficientes. “Precisamos de instrumentos econômicos e regulatórios mais rígidos, como já ocorre na Amazônia”, afirmou.

A região do Matopiba – que abrange partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – foi responsável por 82% do desmatamento do Cerrado no ano passado. Só o Maranhão perdeu 225 mil hectares, um terço do total desmatado.

O monitoramento do desmatamento no Cerrado é feito por satélites e confirma uma tendência de queda nos últimos anos. Mas o alerta permanece: a destruição do bioma pode causar secas prolongadas e mudanças climáticas extremas.

O SAD Cerrado é um projeto de monitoramento mensal e automático que utiliza imagens de satélites ópticos do sensor Sentinel-2, da Agência Espacial Europeia.

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