redacao@jornaldosudoeste.com

Dia da Felicidade: por que temos tanta dificuldade em achá-la?

Publicado em

WhatsApp
Facebook
Copiar Link
URL copiada com sucesso!

O dia 20 de março é marcado pelo Dia Mundial da Felicidade. Mas por que temos tanta dificuldade em achar a felicidade?

Por: Roselene Espírito Santo Wagner

O dia 20 de março é marcado pelo Dia Mundial da Felicidade. Mas por que temos tanta dificuldade em achar a felicidade? Porque procuramos no lugar e nas coisas erradas, nos confundimos durante o percurso da vida. Costumamos dizer filosoficamente que felicidade é uma fórmula simples: Realidade – Expectativa = Felicidade. Mas simples não é sinônimo de fácil. O simples é o que há de mais complexo na vida humana.
As afirmações são da neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner. Conforme ela, o ser humano é um indivíduo relacional, inteiro e completo, mas com a necessidade de se relacionar, amar e ser amado para não adoecer. Portanto o outro tem um papel fundamental em nossas vidas e na construção da tal felicidade.
“Mas como interagir e conviver sem gerar expectativa? Trabalhamos com os afetos, o quanto te afeto e o quanto por você sou afetada. Pois que seja de forma responsável, cuidado emocional, com constância afetiva nas trocas positivas, com confiança na expectativa da entrega e recebimento do que nos humaniza de fato: o amor”, disse.
Para “Leninha”, como é mais conhecida, precisamos buscar a leveza sem relacionamentos que carregam em si objetivos equivocados. Conforme ela, enquanto estamos crescendo caminhamos na rota cognitiva do amadurecimento emocional através das experiências relacionais. “Mas quando estamos envelhecendo esperamos que possamos conviver em grande parte, com pessoas que já estejam nos mesmo estágio de compreensão daquilo que gera a tão falada e buscada felicidade”, adenda.
“Relações que possam nos trazer fé de acreditar naquilo que ainda não enxergamos, mas que já temos uma estrada que possamos pisar com segurança e confiança. Os verdadeiros afetos. Felicidade portanto é ter essa fé nos valores humanos daqueles que nos rodeiam, nas relações mais próximas. Não precisamos de pessoas perfeitas, mas precisamos das pessoas certas e de certas pessoas. Poucas, mas confiáveis o suficiente para nos trazer felicidade, em poder contar com aqueles que funcionam como “interruptores” que sabem acender a nossa luz quando a chama interna está fraca”, orienta.
Leninha reforça a vontade de que possamos celebrar o encontro e não apenas tolerar a presença. Que a vida é feliz quando celebrada com as pessoas certas. “Se acha?  Se acha sim a felicidade. Ela é um pássaro arisco, que não aceita gaiolas. Felicidade é portanto um intervalo de tempo entre um problema e outro. A vida vem com a quota de dores, problemas, perdas, lutos, adversidades. Mas também com uma fatia generosa de alegria, sorriso, amigos e amores. Para compreender um temos que experimentar o outro. Viver essa alternância com a força e sensibilidade para ultrapassar momentos ruins e aproveitar os agradáveis”, fala.
“Ser feliz é uma maneira de ser inteligente. Manter a ideia de que tudo passa, de que tudo flui e muda. Viver com a certeza da finitude e aproveitar, de forma responsável, esse recurso tão escasso e milagroso: O tempo . Somente a consciência da morte nos faz viver a vida com felicidade”, emenda.
Mas pode surgir a dúvida: Como saber se somos felizes? E Leninha respondeu:
“Somos felizes quando encontramos objetivo, quando damos valor a estadia aqui nessa viagem chamada vida. Somos felizes quando temos pessoas que se importam com a nossa felicidade e contribuem. Somos felizes quando temos sucesso nos bastidores da vida. Quando não há plateia, quando temos vontade de voltar para casa, quando temos um lar e um coração para chamar de seu. Somos felizes quando no silêncio e no segredo de nós, sabemos que quando partirmos daqui alguém vai sentir a nossa falta. Tal qual uma luz que se apague no pequeno mundo de alguém. Isso é felicidade, se sentir importante e pertencente a alguém que efetivamente se alegra por saber que existimos. Pergunte a si mesmo, no silêncio e na solidão: sou feliz? Por quê? Por quem? Essa é uma pergunta que encontra a resposta nos mistérios do tempo. Na verdade, a felicidade exige tempo, porque ser feliz é coisa de gente grande. De gente que usou o tempo para conquistas permanentes, que atravessam o tempo em camadas profundas, construídas pelo amor . Cuide da parte do outro que mora em você e seja de forma cuidadosa. Isso é felicidade, a certeza de ter onde habitar em segurança emocional”, finaliza
Foto de Capa: Pexel

Deixe um comentário

Jornal Digital
Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745