Há 24 anos o Instituto Ronaldo McDonald leva esperança e cuidado para crianças e adolescentes de todo o Brasil
Por: Adriana Hercowitz
No próximo domingo, 14 de maio, será comemorado o Dia das Mães, uma data para celebrar essa figura que é sinônimo de amor e doação. Esses adjetivos ficam ainda mais intensos quando nos deparamos com mães que vivem o dia a dia da luta de um filho com câncer. Medo, insegurança e incertezas. A jornada de mulheres que, muitas vezes, largam a vida profissional e até a cidade em que moram para acompanhar seus filhos durante o tratamento.
Segundo pesquisa da Catho, 30% das mães renunciam ao trabalho após a maternidade, enquanto o número de pais é de apenas 7%. Conciliar vida profissional, pessoal e a doença de um filho exige sacrifícios que, normalmente, ficam a cargo da figura materna. As mães se entregam e deixam tudo para depois na luta pela cura do seu pequeno.
Da descoberta até a cura, existem etapas e emoções diferentes que se encontram na esperança. Muitas vezes invisíveis, essas mulheres se tornam gigantes e incansáveis para ver seus filhos curados. Conheça algumas dessas histórias!
Câncer: sentença, renovação, cura e ajuda ao próximo!
Walquiria Airich Corrêa Kasecker viu seu mundo cair quando descobriu que seu filho, Miguel, na época com apenas 4 anos, estava com Leucemia linfoide aguda. Durante todo o processo do tratamento, Walquíria contou com o apoio do Espaço da Família Ronald McDonald Hospital de Câncer de Mato Grosso, em Cuiabá. Coordenado pelo Instituto Ronald McDonald, o Programa Espaço da Família foi primordial, segundo ela.
“Eu me sentia livre e era onde conseguia recarregar as energias e trocar experiências com outras famílias em tratamento. Muitas vezes chegava cansada de uma viagem, pois residia a 500km de Cuiabá e descansava no espaço”.
Hoje, Walquíria quer ajudar outras famílias, ela está fazendo curso técnico de enfermagem e realizou a capacitação do Programa Diagnóstico Precoce Infantojuvenil, em Mato Grosso, outro programa do Instituto Ronald McDonald no Brasil. “Decidi fazer a capacitação para ajudar a salvar muitas vidas”, destaca a mãe de Miguel, hoje com 10 aos.
Desistir jamais!
Desistir não faz parte da vida de nenhuma mãe, muito menos de Camila, mãe de Camilly de 9 anos. A pequena é hóspede do Programa Casa Ronald McDonald, no Rio de Janeiro, e destaca o amor coletivo que recebe como grande força para continuar. “A Casa Ronald McDonald tem sido nosso segundo lar, e sabemos que sem todo esse apoio, nada disso seria possível. São diversos gestos de amor e de solidariedade todos os dias”, relata Camila que dá uma lição de fé:
“Como mulher e como mãe me doei e sempre me doarei, buscando infinitamente cada dia ser mais forte, ter mais fé e ajudar quem eu puder ajudar. Tenho uma frase que aprendi a carregar nesta trajetória: ‘Quem passa pelo que ninguém passa, chega aonde ninguém chega’. Então, sei que tudo dará certo!”, diz.
Camisa 10!
Foi em um dia comum ao voltar da escola que Pietro, aos 6 anos, sentiu dores para caminhar. Atenta, Patrícia, sua mãe, o levou ao médico. Após realizar alguns exames, o pequeno foi diagnosticado com Leucemia Linfóide Aguda. Hoje, aos 12 anos, Pietro vive uma vida saudável, gosta de brincar, andar de bicicleta e sonha em ser jogador de futebol.
“A Casa Ronald foi de uma importância imensa, porque morávamos longe do hospital de tratamento e não tínhamos condições para ficar indo e vindo todos os dias de outra cidade. Colocaram a gente nessa casa, que realmente é a casa que o amor construiu, e todo mundo nos acolheu com tanto amor que sempre nos sentimos em casa”, relata Patrícia, hóspede da Casa Ronald McDonald Rio de Janeiro.
Cuidado Integral à família
Há 24 anos, o Instituto Ronald McDonald se dedica para promover não só a cura, como saúde e bem-estar para crianças, adolescentes e para as famílias de seus pacientes. Entendendo todas as etapas que envolvem os cuidados do câncer infantojuvenil, a organização tem projetos para o pré-tratamento, para o tratamento e o após. Afinal, ao sair de casa em busca da cura definitiva de um filho, essas mães abandonam suas vidas, perdem empregos, se veem longe da família e cheias de insegurança.
Acreditando em um bem-estar integrado, o Instituto entende que após o tratamento das crianças e adolescentes, as mães precisam ser reintegradas na sociedade em que vivem e, por isso, cursos são oferecidos, apoio alimentício e cuidado com o emocional. Mães vivem cuidando dos filhos, e exatamente por isso, também precisam de cuidados. Que todas as mães se sintam abraçadas, acolhidas e amadas, seja no Dia das Mães, como em todos os outros.