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Dia de finados

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O Dia de Finados foi instituído inicialmente no século X, na abadia beneditina de Cluny, na França, pelo abade Odilo (ou Santo Odilon [962-1049], que sugeriu, no dia 02 de novembro de 998, aos membros de sua abadia que, todo ano, naquele dia, dedicariam suas orações à alma daqueles que já se foram. A ação de Odilo resgatava um dos elementos principais da cosmovisão católica: a perspectiva de que boa parte das almas dos mortos está no Purgatório, passando por um processo de purificação para que possam ascender ao Paraíso.

Nesse dia os cristãos católicos, cultuam a memória dos seus mortos com visita aos túmulos. Orna-os com flores, acendem velas e rezam, numa demonstração de sentimentalismo, reverência e saudades.  É o dia de celebrar os familiares e amigos que já partiram.  Celebrar os mortos não é uma exclusividade brasileira, diversos países comemoram essa data de diferentes maneiras. Rezar pelos mortos é uma demonstração de amor e afeto, uma vez que através das orações os fiéis acreditam que o sofrimento daqueles que se foram pode ser diminuído.

Nos cemitérios onde existe capela, são rezadas missas em sufrágio das almas dos mortos. A morte não significa o fim, mas o reviver em outra dimensão. Creem na ressurreição dos justos entre os mortos, tal qual ocorreu com Jesus Cristo por desígnios de Deus.

Em Jó no capítulo 14.1-2, reza: “O homem nasce como a flor e murcha, foge como a sombra”.  És pó e ao pó retornarás” (Gn, 3-19). Ninguém escapará da morte, portanto não deve temê-la.

 Uns vivem até a senilidade, outros morrem no ventre da mãe ou ainda em tenra idade ou na maturidade, conforme o propósito de Deus. Portanto, a vida e a morte são uma incógnita, um mistério que só a DEUS pertence decidir como responsável pela vida e pela morte.

Embora a morte seja um fenômeno indiscutível, não há conformação das pessoas envolvidas no falecimento de parentes e ou amigos íntimos. Num sentimento de comiseração pelo finado, aflitos, choram e sentem a falta do ente querido.

Pesquisas que tratam do assunto (morte) esclarecem: os exegetas afirmam não haver nenhum respaldo bíblico para a celebração do Dia de Finados. Na bíblia, não há menção desse fato. Os cristãos protestantes não cultuam esse dia por não reconhecerem a legitimidade dessa celebração. Dizem: é um rito da religião católica para celebração dessa data, determinada pelo Vaticano.

“Nada de errado existe quando, movidos pelas saudades dos parentes ou pessoas conhecidas falecidas, se faz nesse dia visita aos cemitérios e até mesmo se enfeitam os túmulos de pessoas saudosas e caras para nós” citação do professor e Teólogo Emanuel Lemos.

Os católicos acreditam em ressurreição e vida eterna, mas não acreditam existir comunicação de mortos com os vivos.   Os espíritas acreditam na reencarnação e vidas contínuas até a purificação da alma. Há também outros conceitos e dogmas professados por diversas religiões.

 A morte é vista de acordo com a fé individual, de forma diferente, nas religiões com doutrinas específicas: catolicismo, protestantismo, islamismo, judaísmo, espiritismo, budismo, hinduísmo etc. Cada um com o seu entendimento e o arbítrio da escolha conforme a sua cultura e crença. Sendo assim, há de se respeitar a religião escolhida para professar conforme determina a Lei.

 Esse conceito de liberdade religiosa está contido na Constituição: Reza no Art. 5º parágrafo VI: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e sua liturgias”. Portanto, não há de se criticar ou contestar.

As reverências aos falecidos com orações e pedidos de misericórdia divina, para o acolhimento da alma ou espírito do defunto, merecem respeito e compreensão humana. Os mortos devem ser lembrados sempre em orações cotidianas, e não apenas na comemoração do Dia de Finados. As orações com fé, objetiva espiritualmente a absolvição dos pecados do morto para que seja alcançada a graça divina.

No luto, existe dor, mas também amor, gratidão, lembranças e cumplicidade.

 Muitos vão ao cemitério, por crença, para cumprir as suas obrigações religiosas, enquanto outros apenas para cumprir uma obrigação social e familiar, sem observar os cânones religiosos da ocasião. “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus”. (Efésios, 2.8).

A pandemia ainda não acabou, portanto, deve haver respeito aos protocolos sugeridos pelos órgão de saúde. A escolha de se prevenir é liberdade de cada um. “A morte sela todas as oportunidades dadas às pessoas”.

 Se preferir, fique em casa e acesse o evento online.  Se for ao cemitério para homenagear seu ente querido esteja protegido, mantenha as recomendações para preservar a sua vida e a de seus companheiros.

 Deus Eterno e Todo-Poderoso, dê   àqueles a quem chamastes deste mundo, segundo o seu merecimento, o descanso eterno com as bênçãos divinas de   paz e luz.

Pai nosso, que estais nos Céus, / Santificado seja o vosso nome. /venha a nós o vosso reino; /seja feita a vossa vontade, /assim na terra como no Céu/.
O pão nosso de cada dia  dai-nos  hoje,/perdoai-nos  as nossas ofensas /assim como nós perdoamos /a quem nos tem ofendido,/E não nos deixeis cair em tentação, /mas livrai-nos do mal.

[Pois   teu é o reino, o poder e a glória para sempre]. Amém.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745