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Dia de Portugal e da Língua Portuguesa

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Dia 10 de junho, Dia de Portugal e de Camões em Portugal e Dia da Lingua Portuguesa no Brasil. Dia lindão de sol em Lisboa, alguma coisa fechada, por causa do feriado, mas também muita coisa aberta. Hoje almoçamos na casa do Rio, nosso neto, aproveitamos para dar uns apertos e uns cheiros no cara. Ele continua andando muito, mas pede um colinho e a gente dá, como não? Continua treinando os seus sons agudos e está pintando mais um dentinho. Cada vez mais fofão. Ele gosta muito de frutas: laranja, mirtilo, cereja, etc. Não gostava de banana, mas agora passou a gostar. Quando a gente come banana tem que dividir com ele. E gosta muito de mamão, também. Aqui em Portugal não tem, o mamão vem de fora. Mas a gente encontra nos supermercados e quitandas, como o aipim, também, que vem do Marrocos. E levamos um para ele, ele comeu de sobremesa. Queria mais.

Então hoje é o Dia de Portugal e de Camões. A primeira comemoração do dia 10 de junho foi  no ano de 1880, por um decreto real de D Luís I que declarou “Dia de Festa Nacional e de Grande Gala” para comemorar os 300 anos da hipotética data da morte de Luís de Camões, 10 de junho de 1580. E desde lá se festeja o Dia de Portugal e de Camões. No Brasil, na mesma data e por causa dela, comemora-se o Dia da Língua Portuguesa. De maneira que, para honrar as duas grandiosas comemorações, partilhamos o poema de Bilac e um de Camões:

“DIA DA EXALTAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA –  ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO INCULTA  E BELA!/ És, a um tempo, esplendor e sepultura:/ Ouro nativo, que na ganga impura / À bruta mina entre os cascalhos vela… // Amo-te assim, desconhecida e obscura,/ Tuba de alto clangor, lira singela,/ Que tens o trom e o silvo da procela / E o arrolo da saudade e da ternura! // Amo o teu viço agreste e o teu aroma / De virgens selvas e de oceano largo! / Amo-te, ó rude e doloroso idioma, // Em que da voz materna ouvi:”Meu filho!” / E em que Camões chorou no exílio amargo,/

O gênio sem Ventura e o amor sem brilho!”(OLAVO BILAC:”O PRÍNCIPE DOS POETAS”,O maior expoente do parnasianismo brasileiro— 1900.)

“Amor é fogo que arde sem se ver – Camões – Amor é fogo que arde sem se ver, / é ferida que dói, e não se sente; / é um contentamento descontente, / é dor que desatina sem doer. // É um não querer mais que bem querer; / é um andar solitário entre a gente; / é nunca contentar-se de contente; / é um cuidar que ganha em se perder. // É querer estar preso por vontade; / é servir a quem vence, o vencedor; / é ter com quem nos mata, lealdade. // Mas como causar pode seu favor / nos corações humanos amizade, / se tão contrário a si é o mesmo Amor…”

Leia o Diário da Pandemia na minha página e na página do Grupo Literário A ILHA, no Facebook. Toda manhã, um novo capitulo.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745