Data é comemorada em todo o Brasil no dia 12 de março.
Por: Cristina Aguilera/Mídia Brazil Comunicação Integrada
A tecnologia não para de mudar, mas se tem algo que não muda, é a necessidade de um profissional para dar sentido a tanta informação. Daí a importância dos profissionais de Biblioteconomia. Com a ascensão da Inteligência Artificial (AI) e as inconvenientes fake news, cabe a eles ensinar ao público como navegar num mar de fatos e boatos, e identificar fontes confiáveis de informação no mundo digital.
O Dia do Bibliotecário é celebrado em 12 de março, e a profissão foi regulamentada em 30 de junho de 1962, pela Lei 4.084. É um trabalho que só cresce em urgência: segundo os dados mais recentes do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), os 26 Estados brasileiros mais o DF têm hoje pouco mais de 5 mil bibliotecas públicas municipais, distritais, estaduais e federais. É uma ausência de quase 800 bibliotecas públicas: o total foi de 6.057 em 2015 para 5.293 bibliotecas públicas em 2020. A esperança de mudança está no retorno do Ministério da Cultura e na criação da Secretaria de Formação, Livro e Leitura que contempla as diretorias de Educação e Formação Artística e a do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas.
Outra urgência que deve movimentar a Biblioteconomia nos próximos anos é a Lei 12.244/10 que regulamenta que todas as instituições de ensino públicas e privadas do Brasil tenham bibliotecas. Uma luta que vem sendo travada há anos e que aguarda solução.
Se no setor público o cenário, embora incerto é promissor, em outras áreas há razões para ficar ainda mais otimista. Na última década, as redes sociais deram início a uma revolução nos hábitos de consumo de informação. Nos últimos cinco anos essas mudanças ganharam força com a ascensão das fake news, a popularização do ensino a distância impulsionado pela pandemia de COVID-19 e as melhorias na implementação da inteligência artificial.
São novas tecnologias, mas os problemas que elas trazem não são exatamente novidade para um bibliotecário: como encontrar a informação que se precisa, separar o conteúdo útil do inútil, preservar a memória histórica de um período e democratizar o acesso a ela (em “bibliotequês”, indexar e catalogar bancos de dados, além de controlar entradas e saídas de itens do acervo). São temas específicos da profissão, nem sempre compreendidos pelo grande público.
“As bibliotecárias e os bibliotecários acompanharam essas mudanças, ampliaram suas competências, especialmente na gestão da informação, expandindo assim sua área de atuação. Além das bibliotecas, a(o) bibliotecária(o) pode trabalhar em editoras, livrarias, centros de documentação, hospitais, bancos, escritórios de advocacia, jornais, videotecas, mapotecas, atividades acadêmicas de ensino e pesquisa em Ciência da Informação, ou em qualquer instituição que atue com informação. Por isso mesmo a profissão segue mais essencial do que nunca”, salienta a presidenta do Conselho Regional de Biblioteconomia do Estado de São Paulo (CRB-8), Ana Cláudia Martins.
Alguns dos outros desafios dos bibliotecários incluem visualização e organização de conteúdo, e restauração de documentos. Por isso a profissão detém uma função que cresce em importância e aplicabilidade; se o número de bibliotecas públicas é algo desalentador, o futuro da profissão é promissor.
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