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Dia Mundial do Livro: faturamento do setor de livros cresce 8,65% em março; aponta pesquisa

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Especialista aponta que a tecnologia tornou-se uma aliada do mercado editorial e que as expectativas para 2024 são positivas

Por Nathália Ramos Guimarães

Dia 23 de abril marca o Dia Mundial do Livro, data escolhida pela Unesco para incentivar o hábito da leitura. Nesta data, o mercado editorial pode comemorar: o faturamento no setor de livros continua positivo em março deste ano, aponta a pesquisa Painel do Varejo de Livros no Brasil, divulgada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel). Segundo o balanço, o faturamento no primeiro trimestre do ano foi de R$ 670, 3 milhões em 2023 para R$ 728,3 milhões em 2024, apresentando um crescimento de 8,65%.

Segundo dados divulgados pela Snel, o varejo de livros havia fechado em declínio em 2023, com um faturamento 0,78% menor em comparação com 2022. Para 2024, o presidente do Snel, Dante Cid, destaca que as expectativas para o setor de livro estão positivas. 

“Esperamos que haja uma recuperação em relação ao ano passado, que não foi muito positivo. Especialmente após essas promoções da semana do consumidor, tivemos a indicação de que é possível conseguirmos o crescimento que precisamos para reposicionar o mercado em relação aos níveis pós-pandemia”, explica.

Cid destaca que nos últimos dois anos, o saldo de aberturas de livrarias tem sido positivo, apesar dos fechamentos que ocorreram no período pré e durante a pandemia. Ele espera que essa tendência positiva continue em 2024.

Tecnologia

O presidente da Snel ressalta que a tecnologia tem impactado o setor de livros, especialmente os influenciadores de redes sociais. “O surgimento de influenciadores pela leitura foi provavelmente um dos principais fenômenos positivos a influenciar o mercado editorial no ano passado”, aponta. Ele afirma que em um passado recente, a tecnologia era um ‘rival’ para o leitor devido ao tempo de uso, mas agora é um aliado que incentiva a leitura.

Para a gerente de marketing da editora Intrínseca, Vanessa Oliveira, trabalhar com livros no Brasil é “desafiador” e significa criar, todos os dias, novas maneiras de formar um novo leitor. Uma dessas formas é se adaptando às novidades, como à tecnologia.

“Acreditamos muito no trabalho de influenciadores na divulgação dos livros — e eles são aliados importantíssimos do nosso trabalho. Temos por aqui um programa fixo de parceria, chamado ‘Time da Intrínseca’, no qual mantemos um relacionamento próximo com 130 parceiros”, informa.

Beatriz Paludetto, de 27 anos, trabalha com livros nas redes sociais. Ela acumula mais de 570 mil seguidores nas redes sociais (Youtube, Instagram, TikTok e X — ex-Twitter). A influenciadora relembra que começou a falar de livros na Internet em 2016, quando cursava Jornalismo na faculdade e iniciou um estágio em um programa de televisão.

“Eu vi que as respostas das pessoas eram bem legais e eu gostava de falar na Internet. Gravar vídeos sobre livros foi acontecendo naturalmente, as pessoas estavam gostando e hoje eu trabalho com isso, parte da minha renda vem disso”, pontua.

Além de produzir conteúdo para as redes sociais, Paludetto criou o podcast “Livros e Delírios” e possui um Clube de Leitura virtual. Ela também dá algumas dicas para quem tem interesse em começar a ler com frequência.

“Acho que é importante buscar o que você gosta de ler. Leitura é um meio para você absorver algum conteúdo, aprender alguma coisa, intensificar o estudo. Mas você também pode tirar prazer e lazer. Então é importante buscar o que te interessa, um assunto que você gostaria de saber mais, realidades diferentes da sua, ou histórias que vão te fazer rir ou chorar”, completa.

A autônoma Ellen Paula Ferreira, de 24 anos, mora em Ceilândia (DF) e afirma que utiliza a tecnologia a favor dos livros. Ela relembra que começou a ler com gibis da Turma da Mônica, foi evoluindo para obras curtas e infanto-juvenis até chegar em livros maiores, como Crepúsculo. Após isso, não parou de ler e está sempre procurando por novas leituras nas redes sociais.

“Acho que eu comecei a pesquisar sobre livros desde que eu tinha um computador. Eu via um título e ia pesquisar a sinopse ou uma resenha. Hoje eu vejo muitas pessoas indicando obras no TikTok, falando partes da história que não encontramos na sinopse. Isso me interessa e eu acabo adicionando às minhas listas [de leitura], explica.

Vendas por gênero

No primeiro trimestre de 2023, livros de gênero infantil, juvenil e educacional representavam a maior parte do faturamento (28,47%).

No mesmo período deste ano, as obras de não-ficção trade (de interesse geral) ficaram em primeiro lugar no faturamento (28,34%), seguido de infantil, juvenil e educacional (27,39%), não-ficção especialista (21,13%), ficção (23,14%).

Foto: Nathália Guimarães

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745