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Dia Mundial do Vento: Brasil registra 21,65 GW de potência em geração de energia eólica

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Cada GW é capaz de abastecer uma cidade de 500 mil residências. Isso significa que o Brasil já produz energia eólica suficiente para abastecer o equivalente a mais de 10,8 milhões de casas

 

Por: Paloma Custódio/Agência Brasil 61 

 

Neste Dia Mundial do Vento, celebrado em 15 de junho, o Brasil registra 21,65 gigawatts (GW) de potência fiscalizada em geração de energia eólica, ou seja, a quantidade de energia mensurada a partir da operação comercial da primeira unidade geradora. A informação consta no Mapa das Energias Renováveis da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), que traça um panorama mensal do setor, a partir de dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Cada 1 GW é capaz de abastecer uma cidade de 500 mil residências. Isso significa que o Brasil já produz energia eólica suficiente para abastecer o equivalente a mais de 10,8 milhões de casas.

Ainda segundo o mapa elaborado pela FIERN, o país conta com 813 parques eólicos em operação, sendo 218 deles no estado do Rio Grande do Norte. A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoum, afirma que o estado potiguar, assim como a região Nordeste como um todo, apresenta características geográficas ideais para geração de energia eólica, mas é preciso um ambiente favorável para investimentos.

“No Nordeste, o Rio Grande do Norte é um dos estados que mais se destaca na produção de energia eólica, seja pela sua natureza dos ventos como também pelo fato do estado ter desenvolvido políticas ao longo dos anos que atraíssem os investidores. Então, é muito importante que, além de ter o recurso natural, o estado esteja apto a receber esses investimentos.”

Segundo a ABEEólica, cada R$ 1 investido em energia eólica gera R$ 2,90 no PIB brasileiro. Elbia Gannoum destaca a capacidade da energia eólica em levar crescimento e desenvolvimento econômico para a região onde for implantada.

“Nós fizemos um estudo que mostra que o PIB da região Nordeste cresceu em torno de 21% devido a chegada dos parques eólicos e que o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal das regiões cresceu da ordem de 20%. Essa chegada dos parques eólicos, principalmente pelo fato de haver o arrendamento das terras, permite que haja uma injeção muito grande de renda nas famílias da região. E essa renda se transforma em consumo, o que chamamos de efeito multiplicador da economia.”

O senador Jean Paul Prates (PT-RN) afirma que, há dez anos, o Rio Grande do Norte fez a própria transição energética do petróleo para a energia limpa, principalmente para a eólica, mas ainda há muito potencial para investimento.

“Em terra, nós temos um terço do nosso potencial eólico explorado, [ou seja] nós temos ainda dois terços a explorar. Portanto, temos um horizonte muito positivo de geração de empregos, de circulação de renda nas cidades e de aproveitamento econômico do recurso que, até antes disso, não era aproveitado absolutamente.”

Energia offshore

A grande promessa em energia eólica é a chamada energia offshore, na qual as turbinas são instaladas no mar, e não em terra (onshore). Atualmente, não há usinas offshore no Brasil, mas o país possui um grande potencial para instalação, como afirma o senador Jean Paul Prates.

“O offshore traz a possibilidade de ventos mais intensos e constantes, utilizando geradores ainda maiores do que os que são usados em terra. Além disso, o Brasil e, especialmente, a costa do Ceará e do Rio Grande do Norte, além de contar com bons ventos, têm um mar tranquilo e com baixa profundidade. Essas características barateiam os investimentos para implantação e reduzem os custos de operação.”

Para regulamentar a produção offshore de energia eólica e de outros tipos e atrair investimentos, tramita no Senado o projeto de lei 576/2021. O senador Jean Paul Prates (PT-RN) é o relator da proposta, e destaca a importância de um marco legal para a energia offshore.

“Com regras claras para o setor e a criação deste marco legal, as empresas devem destravar os investimentos, porque essa é uma indústria que demanda tempo e muitos recursos para se desenvolver. Pouca gente deve se arriscar neste setor aqui no Brasil se não conhecer claramente como o país pretende administrar este setor”, afirma.

 

 

Foto da capa: Wirestock/Freepik

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