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Diagnóstico tardio e abandono de tratamento são principais causas de morte por HIV, alerta especialsita

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Constância no tratamento traz qualidade de vida e impede a replicação viral

por Agência Brasil 61

Dados do Ministério da Saúde indicam que aproximadamente 108 mil pessoas têm o vírus HIV em seus corpos sem saber, sendo a maioria jovens entre 15 e 24 anos. O diagnóstico tardio é um dos principais desafios para a população com HIV, conforme ressalta a infectologista e professora da Universidade de Brasília (UnB), Juliana Lapa. Ela alerta que muitos pacientes descobrem a doença já em estágio avançado ou acabam abandonando o tratamento, o que representa um grande problema relacionado ao HIV no Brasil.

Entre 1980 e junho de 2022, foram registrados 1.088.536 casos de AIDS no Brasil, de acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde. Na semana passada, foram anunciadas portarias informando que o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer três novos medicamentos para o tratamento do HIV. Esses medicamentos são o Darunavir 800 mg, o Dolutegravir 5 mg e o Raltengravir 100 mg granulado.

O tratamento adequado com os medicamentos recomendados ajuda a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico e interrompe a transmissão do vírus, como explica a infectologista Juliana Lapa. Ela enfatiza que o uso consistente da medicação impede a replicação viral e que pessoas que tomam a medicação corretamente não transmitem o vírus quando atingem níveis indetectáveis. Portanto, além do benefício individual, o tratamento adequado contribui para interromper o ciclo de transmissão do HIV.

Os antirretrovirais desempenham um papel fundamental em aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV, reduzindo também o número de hospitalizações e infecções oportunísticas. Dentre os novos medicamentos disponíveis pelo SUS, o Darunavir 800 mg destina-se a pacientes que vivem com HIV e apresentam falha virológica no tratamento de primeira linha, sem mutações que indiquem resistência ao medicamento.

Os outros dois medicamentos são destinados a crianças: o Dolutegravir 5 mg é indicado como tratamento complementar ou substituto em crianças de dois meses a seis anos de idade, e o Raltengravir 100 mg granulado é recomendado para a profilaxia da transmissão vertical em crianças com alto risco de exposição ao HIV.

O infectologista Álvaro Costa, do Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes com HIV do Hospital das Clínicas, ressalta a importância desses dois medicamentos para crianças. As formulações e posologias desses medicamentos facilitam a adesão ao tratamento por parte das crianças vivendo com HIV. Embora o Brasil tenha avançado na redução da transmissão vertical do HIV, ainda existem crianças vivendo com o vírus, e é essencial que tenham acesso a boas opções de tratamento.

Conforme as portarias publicadas, o Ministério da Saúde tem até 180 dias para efetivar a oferta desses medicamentos pelo SUS.

Foto de Capa: Marcello Casal Jr|Agência Brasil

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