Thiago Seara
Dentre os problemas que afetam a saúde do ser humano hoje, uma das que mais preocupam é a pressão arterial, chamada de PA. Numa explicação simples – e até meio óbvia – ela é a pressão do sangue na parede das artérias.
A pressão arterial envolve duas medidas (sistólica e diastólica), referentes ao período em que o músculo cardíaco está contraído (sistólica) ou relaxado (diastólica).
Dela, pode derivar uma versão mais grave, a hipertensão arterial, conhecida como “pressão alta”, doença crônica caracterizada por elevados níveis de pressão nas artérias.
A hipertensão arterial é um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil, devido ao grande número de pessoas acometidas, gerando diversas mortes, sobretudo em pessoas de classe social mais inferior, as quais não têm acesso ao tratamento adequado de saúde.
Causas e sintomas
Na maioria das vezes, não conseguimos saber com precisão a causa da hipertensão arterial, mas muitos fatores podem ser responsáveis.
As pessoas que têm familiares hipertensos, que não têm hábitos alimentares saudáveis, ingerem muito sal, estão acima do peso, exageram no consumo de álcool ou são diabéticas têm mais risco de desenvolver a hipertensão.
O envelhecimento aumenta o risco em ambos os sexos. Além disso, pessoas da raça negra são mais propensas a desenvolverem hipertensão.
Na maioria dos indivíduos, a hipertensão arterial não causa sintomas.
Quando um indivíduo apresenta uma hipertensão arterial grave ou prolongada e não tratada, apresenta dores de cabeça, vômito, dispnéia ou falta de ar, agitação e visão borrada, em decorrência de lesões que afetam o cérebro, os olhos, o coração e os rins.
Se não tratada, a hipertensão pode ocasionar derrames cerebrais, doenças do coração, como infarto, insuficiência cardíaca (aumento do coração) e angina (dor no peito); insuficiência renal e alterações na visão que podem levar à cegueira.
A pressão arterial muito elevada (diastólica >120 mmHg), de aparecimento súbito, é chamada “crise hipertensiva” e acarreta um risco elevado de complicações.
Diagnóstico
Diagnostica-se a hipertensão pela detecção, em mais de uma medida através de aparelhos como o tensiômetro ou esfigmomanômetro, de valor pressórico ? 140 x 90 mmHg (milímetros de mercúrio).
Popularmente, fala-se 14 por 9 (referindo a cmHg – centímetros de mercúrio).
A pressão arterial deve ser aferida com o paciente na posição sentada, respeitando um período de repouso de 5 minutos.
O paciente não deve ter ingerido café ou bebida alcoólica previamente, nem ter feito atividade física nos últimos 30-60 minutos. Também não deve estar com a bexiga cheia.
As leituras não apenas revelam a presença da hipertensão arterial, mas também auxiliam na classificação de sua gravidade.
Veja abaixo a classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no consultório (> 18 anos)
Tratamento
A hipertensão arterial não tem cura, mas deve ser tratada para impedir complicações.
A menos que haja uma necessidade evidente para uso de medicamentos imediatos, como no caso de pacientes com níveis de pressão arterial acima de 180 x110 mmHg, a maioria dos pacientes deve ter a oportunidade de reduzir sua pressão arterial através de tratamento não farmacológico, por meio de medidas gerais de reeducação, também conhecidas como modificações no estilo de vida.
Dez mandamentos para prevenção e controle da hipertensão
· Meça a pressão pelo menos uma vez por ano.
· Pratique atividades físicas todos os dias.
· Mantenha o peso ideal, evite a obesidade.
· Adote alimentação saudável: pouco sal, sem frituras e mais frutas, verduras e legumes.
· Reduza o consumo de álcool. Se possível, não beba.
· Abandone o cigarro.
· Nunca pare o tratamento, é para a vida toda
· Siga as orientações do seu médico ou profissional da saúde.
· Evite o estresse. Tenha tempo para a família, os amigos e o lazer.
· Ame e seja amado.
Tratamento com medicamentos
Quando necessário, deve-se associar o tratamento medicamentoso às mudanças do estilo de vida (tratamento não-medicamentoso) já iniciadas previamente.
Entre os agentes de primeira linha, recomenda-se a utilização de:
· Diuréticostiazídicos(exemplo: hidroclorotiazida, clortalidona)
· Antagonistas do cálcio(exemplo: anlodipino, nifedipino, etc)
· Betabloqueadores(exemplo: atenolol, propranolol, etc)
· Inibidores da ECA (enzima conversora da angiotensina): (exemplo: captopril, enalapril, etc)
· Bloqueadores do receptor da angiotensina II: (exemplo: losartana, valsartana, etc)