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Dois desafios para o futuro prefeito de Guanambi

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Um dos mais importantes polos comerciais e, mais recentemente, educacional do interior  baiano, Guanambi enfrenta historicamente o desafio de buscar a integração econômica e social, além de garantir que a acelerada expansão urbana seja acompanhada de infraestrutura adequada. Na última década, o crescimento por vezes desordenado resultou na precarização de algumas regiões, nas quais os serviços públicos não atenderam às necessidades da população, embora os esforços da atual gestão não possam ser desprezados, causando como uma das consequências o aumento da criminalidade.
Diante desse contexto, a reportagem do JS foi às ruas de Guanambi e ouviu da população quais seriam os principais desafios que o próximo prefeito deverá enfrentar.

Os dois desafios mais citados que a futura gestão deverá, segundo a população guanambiense, esforçar-se para equacionar, foram encaminhados, por escrito, aos candidatos que disputam a sucessão municipal. Infelizmente, por razões que não foram explicitadas, o candidato Jairo Silveira Magalhães, do PSB, não respondeu aos questionamentos, por esta razão estamos reproduzindo apenas as respostas dadas pelo tucano Nilo Augusto de Moraes Coelho.

 

JORNAL DO SUDOESTE – Se eleito, como o senhor pretende enfrentar o problema do crescente desemprego? Que medidas pretende adotar para atrair investimentos produtivos que geram emprego e renda?

 NILO AUGUSTO DE MORAES COELHO – Estamos realmente vivendo tempos difíceis com a falta de trabalho. Mas, nós vamos superar isso com a realização de obras e múltiplas frentes de trabalhos, através dos compromissos que tenho assumido nesta campanha, como a reimplantação do Sistema de Irrigação do Perímetro de Ceraíma, a adutora para a região do Baixo, levando água a partir da Barragem do Poço do Magro para consumo animal e pequena irrigação, e a construção de mil poços artesianos, que em conjunto deverão assegurar o emprego, a produção e a renda em toda zona rural do município, gerando mais de 3 mil postos de trabalhos diretos e indiretos.

Mas, vamos trabalhar também com programas de capacitação, através do Sebrae/BA [Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas na Bahia], Senai [Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial], Senac [Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial] e Faculdades, que vão proporcionar a força de trabalho atual maior eficiência, maior produtividade, contribuindo para que os empresários locais possam ampliar seus negócios, reaquecendo assim o comercio e a pequena indústria local. Um outro vetor de trabalho será atrair médias e grandes empresas para nosso município, por meio de estímulos, incentivos e apoio municipal aos novos empresários, que juntos ampliaremos as oportunidades de trabalho e renda.

Aliás, quero dizer que o aniversário de Guanambi, em agosto de 2019, será uma grande festa. Entregaremos às famílias de Guanambi 100 obras estruturantes para comemorar o primeiro centenário da nossa cidade, proporcionando as oportunidades de emprego que tanto nosso povo necessita. Guanambi será um exemplo de desenvolvimento para a Bahia.

 

JORNAL DO SUDOESTE – Como o senhor pretende, se eleito, conduzir a questão dos serviços e tarifas cobradas pela Embasa? O senhor pretende municipalizar os serviços ou repactuar, com novas regras, o contrato de concessão com o órgão vinculado ao Governo do Estado?

NILO AUGUSTO DE MORAES COELHO – O primeiro passo de um bom gestor é o diálogo justo e honesto, vamos renegociar. Não só com a Embasa, vamos buscar investimentos e recursos onde ele estiver. Mas, como está não dá para ficar. Não havendo possibilidades de repactuação na taxa de esgoto, conforme a Câmara Municipal de Guanambi aprovou, iremos, sim, buscar outras alternativas para esta solução como por exemplo:

1. Denunciar o vigente contrato pelo não cumprimento das cláusulas contratuais, inclusive por cobrança abusiva e por um serviço que não está adequadamente implantado, vide que não existe tratamento de esgoto em Guanambi.

2. Nós temos que lembrar que os investimentos efetivados no saneamento da cidade são oriundos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), recursos federais a fundo perdido. Portanto, não são recursos orçamentários da Embasa e consequentemente esta não tem o direito de incluir a recuperação desse investimento através da abusiva tarifa.

3. A Embasa, ao aplicar a taxa abusiva de esgoto, não apresentou uma exposição de motivos justificando os critérios e as bases operacionais e contratuais para o cálculo desta taxa, que foi unilateralmente e arbitrariamente imposta à população.  

4. Esses fatores são motivações legais para a Prefeitura reincidir o contrato da concessão, antecipando seu vencimento, por justa causa, como assegura a Constituição, que determina que preferencialmente os serviços de água e esgoto são de titularidade dos municípios.

 

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