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Dominação excrescente

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O Partido dos Trabalhadores se tornou uma legenda medíocre. Não por seu tamanho, importância, poder e volume de recursos (“por dentro”, com legitimidade, e “por fora” ou “não contabilizado”, no jargão lulista-mensaleiro). Vulgarizou-se na gestão Lula da Silva quando permitiu a generalização de imagem dos quadros através de réguas nauseabundas de alguns saqueadores do Estado. Disseminado o péssimo exemplo, o PT chegou ao governo Dilma Rousseff obrigando a “presidenta” a criar o escalafobético conceito de “malfeito” para justificar a corrupção em grande monta e larga escala.

Como a sociedade não reage à escandalosa sucessão de “malfeitos”, os amplíssimos índices de aprovação são chancelas para que o PT sirva-se do Estado feito um famélico diante de um porco assado: besunta as mãos, chupa os ossos e lambe os beiços. Saco sem fundo, não se farta com a roubalheira institucionalizada. Infestou e desqualificou o Poder Executivo, desmoralizou o Legislativo, deseja encabrestar a imprensa e agora quer vergar o Poder Judiciário. Pretende uma absoluta dominação excrescente.

É público e notório o poder mandibular de Dilma Rousseff. Ao contrário do ex-presidente Lula da Silva, que preferiu colar na testa a imagem malufista do “não sei de nada”, a “presidenta” é vista no próprio meio petista como alguém fria, implacável e que só apanigua quem lhe é conveniente. Diante desse pseudopoderio, o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional têm trabalhado sob duas óticas: aquilo que Dilma quer e aquilo que ela não quer. Trincam os alicerces democráticos sem dó.

Casuisticamente, os canalhas nacionais estão bancando uma emenda constitucional para reduzir o poder do Ministério Público, além de utilizarem o defenestrado ex-presidente Fernando Collor para tentar intimidar e constranger o procurador-geral da República; vivem a insistir pela instalação do controle social das mídias; temem a concorrência e querem sufocar a candidatura da ideóloga Marina Silva e a criação de seu partido político; e chegam ao absurdo de fazer aprovar na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (em poucos minutos e com os nobres votos de alguns mensaleiros condenados!) uma PEC irresponsável que dá ao vagabundo Congresso Nacional o poder da última palavra em decisões do Supremo Tribunal Federal.

Vejam só onde estamos chegando… Pela Proposta de Emenda Constitucional de um parlamentar do PT do Piauí, um bando de deputados e senadores, desmoralizados e reféns da sanha de um partido político, teria o poder de questionar e invalidar decisões da Suprema Corte brasileira! Faz-me lembrar do cômico personagem Nazareno, do saudoso Chico Anysio, e o famoso bordão: “Caaaalaaaada!”. Aliás, deve ser essa a “saudação” que Suas Excrescências ouvem quando recebem ligações do gabinete presidencial. Até seria cômico, não fosse assombrosamente trágico.

Reza uma versão da História do Brasil que Dilma Rousseff teria atuação emblemática em movimentos contra a ditadura e com o suposto objetivo de “construir um país melhor”, sendo presa e barbaramente torturada pelos militares no início da década de 1970. Ao ascender à Presidência da República, seu estilo de governança e sua permissividade com a bandidagem política colocam essa versão em xeque: ou Dilma esqueceu os ideais pelos quais lutou no passado; ou há em curso um ato terrorista que pretende explodir nossa combalida democracia. Será a agora “presidenta” conivente com a dominação excrescente proposta por seu partido político?

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