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DOUTOR E A POLÍTICA

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Alexandre, bom moço, refinado, educado.  Atendendo ao desejo dos pais que nutriam pela profissão de esculápio grande admiração, diplomou-se médico. Exercia, porém, a profissão sem nenhum entusiasmo, pois o seu interesse era a política. Um aficionado, desde a adolescência, não abria mão de participar desses eventos.

Favorecido pelo prestígio dos pais trabalhava para a prefeitura.  Sem se atualizar, não frequentava congressos e muito menos lia a literatura concernente. Atendia a todos e liberava receita gratuitamente sem qualquer ônus por interesse político eleitoral. O remédio indicado, muitas vezes, estava fora de linha. Eles eram substituídos por outros, atualizados, pelos espertos balconistas, essa prática infelizmente ocorre.

O doutor era apaixonado por política.  Candidatou-se a vereador, com a intenção de adquirir experiências em administração pública e, com esse conhecimento, esperava galgar a liderança e tornar-se prefeito da cidade. Era seu desejo galgar posições mais elevadas, quem sabe, chegar à Presidência da República. Dizem que quem é padre deseja ser papa.

 Às vésperas das eleições, se estabeleceu em determinado distrito, o de maior densidade eleitoral, com o propósito de angariar votos e foi muito procurado, pois o lugar carecia de médico. Prevendo grandes despesas, fornecia apenas as receitas sem, contudo, disponibilizar os remédios.

 Um eleitor, pobre, após receber a receita e o santinho correspondente (crime eleitoral), perguntou pelo remédio, e o médico alegou que a consulta médica, havia sido feita e  era o mais importante, que comprasse os medicamentos na farmácia. O médico por estar desatualizado receitava apenas vitaminas e vermífugos, sem se preocupar com as queixas dos pacientes. contrariando a ética e o bom senso.

O eleitor  alegou para um candidato a vereador adversário: de que adianta a receita sem os remédios, se não tenho dinheiro para comprá-los e a farmácia não concede crédito?  o adversário encaminhava os eleitores pacientes do médico,  para a farmácia aviar os medicamentos.

 Combinara antes com o dono da botica, seu parente, que só despachasse o remédio mais barato, geralmente aqueles de laboratórios populares, (fortificantes, etc.) dizendo ao paciente ser o mais necessário. (crime).

Diante dessa atitude os protagonistas se igualaram nos procedimentos desleais. O político doador dos remédios se beneficiava com os votos do cidadão.  Com o ‘medicamento’ fornecido, levava também a propaganda do candidato “benfeitor”.

Sujeitos inescrupulosos como estes existem aos montões, e nada lhes acontece, um prato feito para os políticos desonestos. Os eleitores terminam por ser enganados pelos inescrupulosos de ação delituosa, neste caso, ambos, punham em risco a saúde dos que realmente estavam doentes.

Infelizmente os sabidos e astuciosos têm-se aproveitado da situação de vítima social  e da pobreza do povo. Os responsáveis pela punição fazem como a avestruz, enterram a cabeça na areia e não veem esses casos de maldade e corrupção que tomam conta do país. As leis se proliferam, mas não funcionam convenientemente.  Temos muitas e de conceitos internacionais como as mais benfeitas e abrangentes. E daí!

 Culpar a quem? Quem são os responsáveis? Negligência? Comodismo? Falta de vontade ou incompetência? Mau-caráter?   Parece que há um caldeamento de todos esses questionamentos. Há de se punir quem está errado!

POLITICAGEM:

Atualmente, diante de tantos escândalos noticiados pela mídia: corrupção em todos os escalões da República, desonestidades, ladroagem e outras mazelas, urge preservar o dinheiro público de assaltos por gente safada, que ludibria o povo com promessas mirabolantes, se passando por salvadores da pátria.

Não há de ser condescendente com os desviadores dos recursos públicos. Há de se adotar rigor nas investigações e punir os infratores severamente. Há de se exigir seriedade, probidade administrativa, compromisso social e competência para o exercício do cargo, sem o que haverá uma anarquia governamental sem controle.

 Há de se convidar homens honestos e técnicos especialistas em suas áreas de atuação, que, à frente dos órgãos públicos, sejam comprometidos com o progresso e o desenvolvimento em atenção às necessidades e aos interesses lídimos do povo, e não usufruir o poder estabelecido para proveitos pessoais e de amigos. Hão de ser leais aos que lhe confiaram à tarefa de servir com ética e senso moral aos cidadãos que demandam os seus serviços. Essas considerações se destinam também aos administradores municipais e ou pretendentes.

Que Deus salve o povo brasileiro de tanta patifaria que está ocorrendo no país! O ceticismo tem desiludido a população pelos que não creem na justiça e zombam dela. A esperança é a última que morre. Confiemos nesse brocado popular!

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 744