É preciso se preocupar com o abastecimento de combustível e gás de cozinha?
Por Red Ventures
Em algumas cidades do país, os brasileiros estão reclamando da falta do gás de cozinha. Há também uma preocupação com a escassez de combustíveis, tudo por conta da pandemia de coronavírus. Porém, as autoridades do setor seguem reafirmando que, no momento, não há chance de desabastecimento no país.
No início de abril, o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, garantiu que não há risco de desabastecimento de combustíveis para automóveis e nem gás de cozinha no país.
Apesar dos relatos de escassez de gás de cozinha em algumas cidades, o ministro tratou de tranquilizar e disse que casos pontuais aconteceram porque muitas famílias anteciparam as compras de botijões por conta da determinação de quarentena.
Entidades do setor descartam risco de desabastecimento
Em revendedores de gás, muitos clientes estão recebendo a explicação que a diminuição ou escassez do gás de cozinha acontece por conta do aumento da demanda e da redução dos números de funcionários trabalhando nas distribuidoras.
O Sindigás, sindicato que representa as distribuidoras de gás de botijão do país, ressalta que realmente há um aumento de demanda e um atraso nas entregas dos botijões para revendedores. Segundo eles, o atraso também acontece por conta do comprometimento do fluxo, por duto, de Santos para Mauá.
A Petrobras se posicionou em relação ao problema no duto entre Santos e Mauá, garantindo que as entregas do gás de cozinha continuam sendo realizadas em outros polos e que as distribuidoras estão sendo previamente informadas sobre os locais.
Mesmo assim, a entidade afirma que não há riscos de desabastecimento do gás de cozinha. A ANP (Agência Nacional do Petróleo) garante que o abastecimento de gás de cozinha segue normal em todo o país e pede para que os consumidores não façam estoque do gás de cozinha, para que não haja atrasos da reposição do produto.
Segundo a agência, órgão regulador do setor, o que está acontecendo são problemas pontuais por conta da pandemia, mas que segue monitoramento as distribuidoras e revendedoras do setor para garantir que a demanda seja suficiente para suprir as necessidades dos brasileiros.
BR Distribuidora prevê redução na demanda por combustível
A BR Distribuidora, que tem Petrobras como principal acionista, emitiu um comunicado no final de março informando que por conta da pandemia de coronavírus, a demanda por combustíveis deve diminuir no país. A empresa citou a diminuição da atividade econômica e a as medidas de isolamento social como motivos para a previsão.
Por conta do cenário atual, a empresa montou um comitê de crise para buscar tomar novas medidas que visem manter as operações, assegurando que o repasse para os postos de combustíveis sigam dentro da normalidade e o atendimento aos clientes não se altere.
Ainda em março, a BR Distribuidora em declaração ao portal de notícias Reuters, já havia afirmado que alguns postos de combustíveis do país já se notava a redução brusca das vendas, com queda de até 50% do faturamento normal para este período, por conta da pandemia de coronavírus.
Dificuldade de reposição de demanda de gás e combustíveis está ligada a compras exageradas
Apesar de problemas pontuais como a questão do duto entre Santos e Mauá, as entidades e especialistas do setor seguem afirmando que o abastecimento do gás de cozinha e dos combustíveis está normalizado.
As entidades também ressaltam que a Petrobras tem total capacidade de seguir com a produção normal, e que se preciso, há também a possibilidade da importação através da Copagaz. Para Pedro Turquetto, diretor de desenvolvimento e gestão da Copagaz, os problemas técnicos são totalmente contornáveis, o principal gargalo são as compras exageradas, feitas com cartões especiais, como Cartão Ipiranga, cartões de supermercados ou outros postos de combustível.
Com a maioria das pessoas em casa durante o dia todo, principalmente a demanda por gás de cozinha aumentou bastante desde que a pandemia de coronavírus se agravou no país e as autoridades governamentais instituíram a quarentena. Assim, como outros produtos, os cidadãos brasileiros começaram a fazer estoque de botijões por medo do desabastecimento.
Segundo especialistas, as compras exageradas de botijões por parte dos consumidores é a maior ameaça em relação ao desabastecimento. Isso afeta bastante na demanda do gás de cozinha, já que o estoque de gás de cozinha em casa, impede que os botijões sejam enchidos novamente numa rotina normal.
Esse é o fator preponderante para que esteja acontecendo à escassez do gás de cozinha em algumas cidades do país. Como no caso do álcool em gel, o aumento brusco da demanda causou a demora na reposição dos botijões em algumas revendedoras.
O aumento da demanda pegou distribuidores e revendedores de surpresa e isso fez com que o gás de cozinha demorasse mais a ser reposto. O número de botijões para reposição diminuiu e isso afetou o consumidor final.
Especialistas seguem afirmando que a Petrobras tem capacidade de suprir a demanda pelos próximos meses e não há riscos de desabastecimento de gás de cozinha e de combustíveis no país.