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Economize pensamento, sujeito!

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Com seus mais de 206 milhões de habitantes o Brasil é formado como demonstrou os fatos políticos recentes por uma população que tem aversão ao exercício do pensamento, ou seja, na sua grande maioria nosso povo não pensa, simplesmente repete o que ouve diariamente como personagens do livro “1984” de George Orweel. A verdade que é produzida e repassada num dia pelos mentores da Opinião Pública torna-se obra do esquecimento no outro dia, com aparecimento de outra nova verdade, a depender dos rumos que interesse exatamente a quem realmente pensa.

Estamos cansados de ver pessoas em todos os lugares que esbravejam “isso e aquilo” contra a ordem estabelecida, que basta passar a hora da doutrinação das oito horas da noite, quando o Jornal Nacional da Rede Globo impõe seu ponto de vista, para que elas mudem de opinião em relação aquele mesmo discurso proferido no mesmo dia. Impressionante também é que quem ouviu as opiniões das pessoas que mudaram de opinião no mesmo dia, também necessariamente para se adequar e se manter em harmonia com a ordem estabelecida, esquece também do que ouviu em horas anteriores.

É o espírito de rebanho que prevalece, e não o espírito de reflexão crítica necessária para que não continuemos como animais teleguiados sob o julgo dos interesses de uns poucos que agem como iluminados. No Brasil dos tempos recentes o indivíduo não prevalece como indivíduo porque não pensa, é a multidão no indivíduo que “sobe ladeira, desce ladeira”, dependendo para onde vai o capitão do mato.

São mais de 206 milhões de pessoas que em tese vivem sob o julgo de regras estabelecidas na Constituição Federal de 1988, e 54 milhões de cidadãos que decidiram que o país deveria continuar sendo governado pela primeira mulher Presidente da República, enquanto apenas 594 seres humanos representando uma minoria dos interesses do mercado decidiram sozinhos dizer e impor para toda a nação que os interesses deles e o que eles pensam é o que deve prevalecer como ordem para todos.

Infelizmente as regras anteriores estabelecidas para todos na Constituição Federal de 1988 foram quebradas, o pacto rousseauniano foi cortado pelas tesouras invisíveis de vontades pequenas, simplesmente porque o povo resolveu não pensar, e não pensando não reagir. O sorriso falso e desdenhoso de Michel Temer como Presidente da República em sua primeira reunião com seus ministros (todos envolvidos em armações diabólicas, e ainda alguns escondem isso falando em Cristo) demonstrou mais ainda como somos um povo fraco, incapaz de assumir qualquer tipo de protagonismo político, incapaz de quebrar as amarras de uma formação de colonizados culturalmente.

E para piorar nossa situação ainda mais aparecem uns estúpidos que acreditam e defendem que aulas de história, filosofia e sociologia são, pelos conceitos e conteúdos trabalhados, aulas de comunismo. E mais estúpido ainda por crer e defender que tendo o comunismo como disciplina escolar, as crianças, adolescentes e jovens aderirão a ele. É a estupidez em forma humana defender que as pessoas que podem pensar diferente do “status quo” dos doutrinadores das oito horas da noite podem se tornar subversivos, e devem então ser banidos da sociedade porque podem estragá-la, e assim então como brasileiros devem agir somente como zumbis para trabalhar 80 horas semanais durante 70 anos de suas vidas.

Como brasileiro não pensa, também não enxerga um palmo diante do nariz, e também não tem memória. Basta ver que por esses dias ninguém mais fala em Eduardo Cunha, e se vacilar daqui a mais alguns dias também provavelmente ninguém mais vai ouvir ou falar em Lava Jato. É para calar e não pensar, porque ninguém aqui tem razão!

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 744