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Eleições sem candidatos

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O circo de piadas, caras e bocas e mentiras está de volta: começou a propaganda eleitoral no rádio, na televisão, nos jornais, etc. Ainda bem que na TV é só na aberta, que eu assisto muito pouco, quase nada, pois ficou insuportável. E tem mais, vamos ter que aguentar os santinhos nos jornais, os out-doors e placas que começam a aparecer pelas cidades, aumentando a poluição visual, os carros de som fazendo a maior poluição sonora, os santinhos, que começam a mandar pra gente, entupindo nossas caixas de correio, nossos e-mails e programas de relacionamento na internet.

As redes sociais estão ficando impraticáveis. Eu e outras pessoas, dentre os muitos amigos que tenho no Facebook, já postamos vários pedidos para que as pessoas não façam propaganda eleitoral naquela rede. Mas infelizmente não adianta. Nas últimas eleições, deletei alguns cabos eleitorais e este ano já apareceram outros tantos que insistem e também serão defenestrados. Acho chato ter que fazer isso, mas já chega dessa política podre que está em todo lugar. Pedi várias vezes para deixarmos a propaganda política de lado, que talvez a plataforma mais apropriada seja o Twitter. Melhor nenhuma.

Os espaços são democráticos, mas se a maioria não quer esse tipo de propaganda, que não serve para sabermos o que os candidatos podem fazer pelo povo, mas o quanto eles podem mentir, então que achem outro veículo. Existem muitos lugares onde a propaganda política, do jeito que ela é feita, não vai conseguir nenhum voto a favor do candidato, muito pelo contrário. Acaba-se adquirindo mais aversão pela coisa e a gente marca o nome do candidato para NÃO votar nele.

Aliás, votar é uma coisa quase impossível, pois está difícil encontrar um candidato decente. Aí alguém poderá dizer: mas é necessário conhecer os candidatos para poder escolher. Como escolher, se a gente só ouve mentiras, promessas que nunca serão cumpridas, promessas que só servem de parâmetro para eles, os políticos, fazerem exatamente o contrário? Aliás, eles reaparecem para dar tapinhas nas costas dos eleitores, apertar as mãos, prometer coisas que não cumprirão. Dizem também que não podemos perder a oportunidade de votar, de exercer a nossa cidadania. Mas votar em quem? Se houvesse candidato em quem a gente pudesse votar, tudo bem, seria ótimo colocar na política alguém que realmente cumprisse o seu papel, trabalhando em prol da comunidade, do povo, e não em benefício próprio.

Precisamos renovar os agentes que nos representam, substituindo essa política corrupta que aí está. Só precisamos de bons candidatos, honestos, decentes, o que está difícil. Se não houver em quem votar, melhor votar em ninguém, para manifestar a nossa insatisfação, o nosso protesto contra a corrupção e impunidade que grassa nesse país. É a única maneira de perceberem que não estamos satisfeitos com o que aí está.

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completou 38 anos em 2018. Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Http://lcamorim.blogspot.com.br

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