Por Lucimar Almeida
Com pouco mais de 29 meses de Governo, a Administração José Suly Fagundes Netto (Podemos) patina na avaliação da população e, se as eleições fossem hoje, 48,8% dos eleitores que votaram nele em 2016 não votariam novamente. A corrida eleitoral para a Prefeitura Municipal de Igaporã, em tese, está longe de começar, e o prefeito José Suly Fagundes Netto (Podemos), eleito em 2016 com estreita margem de votos [3,68% dos votos válidos] ainda tem mais de dezenove meses à frente da chefia do Executivo Municipal, com novos desafios e metas a serem cumpridas. Contudo, os ânimos e expectativas da população não são animadores para o gestor. Uma enquete realizada pelo JS, no último dia 1º de junho, aponta que o prefeito José Suly Fagundes Netto (Podemos), não está bem avaliado pela maioria da população, embora o número dos que aprovam a gestão não esteja muito distante. Questionados em relação à avaliação dos primeiros 29 meses da Gestão José Suly Fagundes Netto, a maioria dos entrevistados (38,3%) considerou regular. Ou seja, a maioria dos igaporaenses reconhece que a gestão tem pontos bons e ruins e, até mesmo, ótimos e péssimos. Não significa que o Governo José Suly Fagundes Netto (Podemos) possa ser aprovado (ótimo e bom), nem ter uma desaprovação completa (ruim e péssimo). Outros 6,4% dos entrevistados não souberam ou não responderam.
Embora os índices de aprovação da gestão possam ser considerados razoáveis, tendo em vista as dificuldades enfrentadas pelo gestor em razão dos embaraços resultantes da falta de recursos disponíveis para investimentos que atendessem às demandas da população e o cumprimento de metas propostas na campanha eleitoral, o prefeito não pode comemorar ou minimizar os dados. É que 48,8% dos entrevistados que disseram ter votado no candidato José Suly Fagundes Netto em 2016, afirmaram que não repetiriam o voto se as eleições fossem hoje. Dos eleitores que não votaram no prefeito em 2016, expressiva maioria, 80% foram incisos ao afirmar que, se as eleições fossem hoje, novamente não votariam em José Suly Fagundes Netto.
Desde que concluiu o levantamento dos dados, o JS tem tentado, insistentemente, sem sucesso, ouvir o prefeito José Suly Fagundes Netto (Podemos), através dos telefones (77) 98108-**00 e (77) 99921-**15, para que ele pudesse comentar o resultado da enquete. O prefeito não atendeu e não retornou as ligações ou respondeu as mensagens de texto. Contatos com o gestor também foram tentados através do titular da Diretoria de Comunicação Social, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Administração e Finanças, Danilo Barbosa Pereira, sem sucesso.
COLABORARAM MARIANA ALMEIDA E MATEUS ALMEIDA
Ex-prefeitos são apontados como principais lideranças políticas do município
Por Lucimar Almeida
Na enquete realizada pelo JS, os entrevistados foram questionados sobre quem seria a principal liderança política do município, tendo os entrevistadores apresentado uma lista com os nomes de nove atores da cena política local [prefeito José Suly Fagundes Netto (Podemos); vice-prefeito Márcio – Marcinho – Fagundes Fernandes (PT); presidente da Câmara Municipal, vereador Gerson – Nengo – Pereira Reis (PCdoB); ex-prefeitos Deusdete Fagundes de Brito (PSB), José Calmito Fagundes Ledo (MDB), Newton Francisco – Neto – Neves Cotrim (PT) e Rosana Cotrim de Carvalho Melo (PL); ex-vereador Marivando – Neguinho de Marinho – Fagundes de Souza (PP), e do empresário José Augusto – Zé Pichano – Fagundes Cardoso (PDT)]. Para a maioria dos entrevistados (31,9%), o ex-prefeito Newton Francisco – Neto – Neves Cotrim (PT) é hoje o principal líder político do município. Na sequência aparecem os também ex-prefeitos Deusdete Fagundes Ledo e Rosana Cotrim de Carvalho Melo, com 25,5% e 11,7%, respectivamente. Dos nomes citados, o prefeito José Suly Fagundes Netto foi o quinto mais mencionado pelos entrevistados (5,4%). O último colocado, entre os nomes citados pelos entrevistados, foi o ex-prefeito José Calmito Fagundes Ledo (1,1%). Chamou a atenção um dado apontado pela enquete, que foi o fato dos atuais vice-prefeito (petista Marcio – Marcinho – Fagundes Fernandes) e presidente da Câmara Municipal (comunista Gerson – Nengo – Pereira Reis), juntamente com o ex-vereador Marivando – Neguinho de Marinho – Fagundes de Souza (PP) e o empresário José Augusto – Zé Pichano – Fagundes Cardoso (PDT), não terem sido mencionados por nenhum dos 439 entrevistados. O outro, preocupante na avaliação de analistas políticos regionais ouvidos pelo JS, é um expressivo índice de entrevistados que apontou não haver nenhuma expressão política nos nomes citados pelos entrevistadores. Nesse quesito, 17% dos entrevistados não souberam ou preferiram não responder ao questionamento.
Mais citado entre os nove nomes apresentados aos entrevistados quando questionados quem seria a principal liderança política do município, o advogado e ex-prefeito Newton Francisco – Neto – Neves Cotrim (PT), ignorou os contatos do JS.
Por estar em Salvador, o ex-prefeito Deusdete Fagundes de Brito (PSB), foi contado pela ferramenta de WhatsApp e respondeu afirmando que não gostaria, nesse momento, de fazer qualquer comentário sobre o resultado da enquete realizada pelo JS ou sobre temas relacionados à política local. “Em outro momento vou estar à disposição para aprofundar o debate sobre questões políticas e administrativas de Igaporã”, considerou o ex-prefeito.
Maioria dos entrevistados demonstra rejeição aos membros do Legislativo Municipal
A enquete realizada pelo JS também questionou a população igaporaense sobre qual dos onze vereadores com assento na Câmara Municipal é o mais atuante. Estimulada, a enquete apontou o vereador José Pedro das Neves Filho (PSC) como o mais atuante da Câmara Municipal de Igaporã, com 20,2%. Em segundo e terceiro lugares aparecem os vereadores Edmarcos – Marcão de Seu Bebé – Fernandes Magalhães (PT) e Cristiane Pereira Fernandes (PTB), com 8,5% e 7,4%, respectivamente. Na outra ponta, considerados os três vereadores menos atuantes aparecem, pela ordem, Érico José Magalhães de Oliveira (PSD), José Humberto – Beto da Pax – de Azevedo Magalhães (PT) e João Ary – João de Lô – Fernandes de Souza (PL), com 1,1%, 2,1% e 3,2%, respectivamente. Ainda de acordo com a enquete, 31,9% dos entrevistados não optaram por nenhum dos vereadores, e outros 2,1% disseram não saber ou preferiram não opinar.
Vereadores comentam e se posicionam sobre resultado da enquete
Por Lucimar Almeida/Mariana Almeida
Apontado pela enquete realizada pelo JS como o vereador mais atuante entre os onze membros da Câmara Municipal de Igaporã, o vereador socialista cristão José Pedro das Neves Filho (PSC) reagiu com indisfarçável satisfação ao ser confrontado com o resultado do levantamento, embora ressaltando que os dados estão dentro das suas expectativas. José Pedro lembrou que tem pautado sua atuação na proximidade com a população, ouvindo e procurando encaminhar as demandas, independentemente do momento. “Fico feliz pelo resultado da enquete. Este resultado está realmente dentro de nossas expectativas, uma vez que tenho procurado desenvolver uma atuação positiva desde o início do mandato. Às vezes, pode ter algum vereador que deixa para ter uma atuação mais próxima da população somente no ano e às vésperas de eleições e isso não é positivo, em minha opinião. Eu tenho buscado estar próximo da população à todo momento. Por isso, fico alegre em saber que a população está reconhecendo o trabalho que tenho buscado realizar, agradeço e renovo meu compromisso de continuar a defender as causas de interesse de Igaporã e de nosso povo”, apontou.
Segundo vereador mais citado pelos entrevistados da enquete do JS, quando questionados quem seria o membro da atual composição do Legislativo Municipal mais atuante, o vereador Edmarcos – Marcão de Seu Bebé – Fernandes Magalhães (PT), recebeu com naturalidade o resultado do levantamento, que segundo registrou, reflete o momento e reforça o trabalho que vem desenvolvendo no município. “Na verdade, sempre que é feita uma pesquisa, uma enquete no município, sou apontado em uma categoria entre os melhores, o que me deixa muito feliz e me faz ter mais vontade ainda de trabalhar em favor da população. Ouvir a opinião da população, que na verdade é quem nos escolhe para exercer a tarefa de representar os anseios da coletividade e fiscalizar as ações dos poderes públicos, o que tenho procurado fazer com responsabilidade”, destacou o vereador petista, acrescentando que os dados da enquete do JS servem como incentivo para que continue trabalhando e acreditando nas propostas de desenvolvimento do município e bem estar social da população que acredita e defende.
Ouvida pela reportagem do JS através do aplicativo WhatsApp, por estar ausente do município, a vereadora Cristiane Pereira Fernandes (PTB), terceiro nome mais citado pelos entrevistados entre os onze membros do Legislativo Municipal, quando questionados qual seria o vereador mais atuante do município, destacou sua satisfação com a aprovação popular ao mandato. “É gratificante ver o trabalho sendo reconhecido pela população”, ponderou a vereadora trabalhista, estreante na Câmara Municipal, acrescentando que o resultado da enquete do JS serve como combustível para que possa fortalecer ainda mais sua atuação na Câmara Municipal em favor da coletividade.
A vereadora concluiu agradecendo a Deus e ao apoio que tem recebido de seus familiares e o incentivo das pessoas nas ruas. “Quero agradecer a Deus por ter oportunidade de poder estar contribuindo com meu trabalho para o desenvolvimento do município e o atendimento a demandas da população de Igaporã. Agradecer a minha família que tem me dado o suporte necessário para que o trabalho possa ser desenvolvido de forma a enfrentar os desafios sem abrir mão da ética e do compromisso com o voto de confiança da população. E agradecer, também, humildemente, a cada um dos igaporaenses que acreditam na nossa capacidade de trabalho em favor do município”, apontou.
O vereador Érico José Magalhães de Oliveira (PSD) reagiu com aparente tranquilidade ao conhecer o resultado da enquete do JS e creditou sua avaliação (negativa) ao desgaste natural da atividade, destacando, no entanto, que seus seis mandatos na Casa Legislativa mostram que, apesar do “enfraquecimento” da classe política, tem sido um representante digno da população. Para o social democrata Érico Magalhães, a iniciativa do JS deve ser aplaudida principalmente pela classe política, pois permite que se possa fazer uma reflexão em relação ao trabalho que realiza e às ações que deve propor para reaproximar a atuação política dos anseios da sociedade. “Então, já tenho 6 mandatos, e é normal que depois de um tempo haja um desgaste. O que eu posso fazer, estou fazendo. Mas acho muito importante esse contato direto com o povo. Por isso, importante registrar a iniciativa do JS, que nos permite conhecer um lado da avaliação da população que passa desapercebido”, apontou o social democrata. O vereador prosseguiu destacando ter sido surpreendido pela avaliação negativa, mas reforçando que o desgaste é natural pelo tempo em que ocupa uma cadeira na Câmara Municipal [quase 24 anos] e, considerando, inclusive a proximidade das próximas eleições municipais, anunciou a disposição de avançar no diálogo e nos contatos diretos com a população igaporaense. “Recebo com humildade o resultado e a partir dele vou reavaliar minha atuação e buscar reaproximar e dialogar mais com a população”, concluiu.
O vereador José Humberto – Beto da Pax – de Azevedo Magalhães (PT) recebeu e não fez questão de esconder a surpresa com o resultado da enquete do JS, enfatizando desconhecer os fatores que estariam contribuindo para a avaliação negativa da população em relação à sua atuação no Legislativo Municipal. “Estou surpreso com o resultado e vou ter de reavaliar a condução do mandato e buscar dialogar mais para saber o que realmente a população espera do vereador. Tenho procurado fazer tudo que está no meu alcance, dialogando com a comunidade e encaminhando as demandas”, apontou o petista, acrescentando que vai intensificar seu trabalho para que possa melhorar sua atuação e, por consequência, a avaliação junto à sociedade.
O vereador João Ary – João de Lô – Fernandes de Souza (PL), terceiro vereador menos citado pelos entrevistados da enquete realizada pelo JS, quando perguntados quem seria, dos onze membros do Legislativo Municipal igaporaense, o mais atuante, contatado pela reportagem, preferiu não comentar o resultado do levantamento.
O valor estatístico da enquete não deve ser desprezado
Da Redação
Embora tenha sido realizada observando alguns critérios técnicos e estatísticos, importante enfatizar que a enquete não tem o mesmo rigor científico de uma pesquisa – não estratifica os entrevistados por sexo, grau de instrução e renda familiar, por exemplo – embora seus resultados sejam muito próximos do que seria apontado por uma pesquisa mais abrangente. Há uma corrente de analistas políticos espalhados pelo mundo que divergem dos brasileiros e defendem que os entrevistados [nas pesquisas eleitorais] sejam selecionados de forma aleatória – assim como nas enquetes presenciais. De acordo com o cientista político Luiz Domingos Costa, Mestre em Ciências Políticas pela Unicamp e professor da PUC/PR e do Centro Universitário Uninter, “quanto mais aleatório, mais confiável é a pesquisa”. Feita essas considerações, necessário também esclarecer que, no caso da enquete realizada pelo JS em Igaporã, que diversos critérios adotados para a realização de uma pesquisa eleitoral, exceto, evidentemente, as ponderações quanto a sexo, idade, grau de instrução e nível econômico dos entrevistados, foram fielmente observados. Os entrevistados foram abordados por uma equipe devidamente treinada, de forma aleatória nos principais pontos da sede municipal e durante a realização da Feira Livre, quando há uma expressiva concentração de pessoas da zona rural, o que nos permite afirmar com segurança que o nível de confiança do levantamento é de 90%, ou seja, a probabilidade de uma pesquisa mais abrangente chegar a resultados muito próximos do computado é de 90 em cada cem entrevistas. Portanto, os resultados não devem ser menosprezados pelos atores envolvidos.