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Empolgada

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Eu sou empolgada, faço festa, escândalo e comemoro freneticamente acontecimentos que para qualquer outra pessoa podem ser banais.

Aí acredito, insistentemente que todo mundo deve ser assim.

“Criatura, cada um é cada um.”

Eu sei!

Eu sei que somos todos diferentes e como diz minha sábia mãe:  “Devemos aceitar as pessoas como elas são.”

Estou tentando, juro que estou tentando.

Mas é difícil.

Uma vez passei com um amigo por uma banca de jornal e ele disse assim:

“Quer fazer um homem feliz? Dê a ele esses CDs.”

Eu, com meus botões frenéticos pensei:

Achei o presente de aniversário do moço!

Fui lá, comprei o mimo, junto com um cartão e toda pimpona:

– Feliz aniversário!

Ele olhou como quem acaba de se deparar com a mochila que usa a mais de cinco anos e disse:

– Obrigada.

Abriu o pacote, leu o cartão e começou a contar uma história sobre sua última viagem.

E eu?

Bem, eu fiquei olhando pra ele, tão decepcionada que dava pena.

Ainda esperei por alguns instantes que ele falasse alguma coisa.

Nada.

Esperei por alguns dias que, após ouvir as canções ele me contasse o que achou.

Nada.

O tempo passou, mas dessa vez não foi remédio para me fazer esquecer.

Tanto que estou te contando isso hoje.

E olha que até o milênio mudou.

 Mas eu ainda não.

Fico sempre esperando que a pessoa faça o escândalo que eu faria.

E aí: cara de tacho pra mim.

Mas ao menos uma coisa eu aprendi:

Quando me decepciono com a reação do outro eu conto pra ele.

Aí a situação fica pior.

Ou seja, não aprendi foi nada.

Ou seja:

Ainda temos um longo, longo caminho para combater decepções desnecessárias. 

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 744