Para eles, diminuir e simplificar os tributos são fatores determinantes para o crescimento da economia, das empresas e a geração de empregos. Pesquisa com industriais foi divulgada pela CNI nesta quinta-feira (15)
Por: Felipe Moura/Brasil 61
Redução de impostos e reforma tributária. Essas foram as pautas mais citadas pelos empresários da indústria como as que devem ser prioridade do presidente eleito para os próximos quatro anos. É o que aponta pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com os industriais divulgada nesta quinta-feira (15).
Questionados sobre qual deveria ser a prioridade do próximo presidente para melhoria do ambiente de negócios do país e de suas empresas, 41% dos industriais citaram, como primeira ou segunda prioridade, a redução de impostos. Em seguida, com 23%, a reforma tributária.
De forma mais imediata, especificamente pensando na economia, 43% dos empresários do setor responderam, como primeira ou segunda opção, que reduzir impostos deve ser a principal prioridade do presidente nos próximos dois anos. Simplificar impostos (28%) e controlar os gastos públicos (24%) vêm em seguida.
Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, explica por que a reforma tributária é tão importante para a indústria. “O sistema tributário brasileiro onera demais o empresário. Então, quando são perguntados sobre as prioridades para melhorar a economia brasileira como um todo, os empresários voltam a lembrar da reforma tributária. Voltam a falar de uma redução de impostos, de simplificar os impostos, entre as principais medidas para conseguir deslanchar a economia brasileira”.
Emprego
A reforma tributária também é imprescindível para a geração de emprego, na opinião dos empresários da indústria. Para 56% deles, se o governo federal quiser facilitar a criação de novos postos de trabalho, essa deve ser a prioridade máxima. A segunda medida mais lembrada foi a desoneração da folha de pagamento (48%). Em terceiro, o fortalecimento dos programas de capacitação profissional (35%).
“A reforma tributária é importante por diversas razões. Ela é importante para reduzir uma série de encargos, uma série de dificuldades que as empresas têm na sua operação diária e, certamente, ao tirar todos esses custos que são impostos aos empresários, certamente isso vai poder deslanchar produção, investimentos e, consequentemente, a geração de empregos”, avalia Azevedo.
Prioridades para o país
Os empresários da indústria também responderam quais devem ser as prioridades do presidente eleito para o país nos próximos quatro anos. Cerca de um a cada três industriais escolheram a educação como pauta prioritária (34%). Em segundo lugar, a saúde, prioridade para um a cada quatro empresários (26%). Em terceiro, o crescimento econômico, citado por um a cada cinco entrevistados (20%).
“Os empresários entendem que a educação é fundamental, especialmente nesses tempos de inovação e de muitas mudanças tecnológicas acontecendo, para que essas tecnologias todas sejam absorvidas e utilizadas no dia a dia das pessoas, das fábricas, da economia como um todo. A educação traz produtividade, traz civilidade, traz cidadania, é importantíssima para o crescimento econômico de uma forma geral e não à toa está como prioridade para os empresários”, diz Azevedo.
Primeira colocada na lista das prioridades para o ambiente de negócios e o setor empresarial, a redução de impostos também aparece entre as agendas mais importantes para o próximo chefe do Executivo, com 14%.
O levantamento aponta que educação (22%) e saúde (21%) foram as duas áreas que mais pioraram nos últimos quatro anos, na opinião dos empresários da indústria. Inflação (9%) , segurança pública (7%) e economia (7%) vêm em seguida.
Já em relação às áreas que mais melhoraram desde 2019, 16% dos industriais destacaram o agronegócio; 12% a infraestrutura; 12% a economia; 10% o combate à corrupção; e 8% a saúde.
Os empresários também responderam quais devem ser as prioridades do poder público em relação às áreas de saúde, educação e segurança. Confira as cinco mais citadas para cada área.
Saúde
- Melhorar as condições dos hospitais e postos de saúde;
- Qualificar melhor os médicos e enfermeiros;
- Contratar mais médicos e enfermeiros;
- Mais investimentos;
- Investir na manutenção dos atuais hospitais, clínicas e postos.
Educação
- Melhorar a capacitação dos professores;
- Priorizar cursos técnicos/profissionalizantes;
- Aumentar o salário dos professores;
- Melhorar as condições das escolas;
- Melhorar a qualidade do ensino.
Segurança
- Aumentar o efetivo de policiais nas ruas;
- Equipar a polícia;
- Aumentar o salário dos policiais;
- Evitar que pessoas que cometem crimes fiquem pouco tempo na prisão;
- Reformulação do código penal.
Perspectivas
Sobre o futuro do país, 71% dos empresários se disseram otimistas ou muito otimistas; 20% se sentem pessimistas ou muito pessimistas; 5% estão nem otimistas, nem pessimistas; 5% não responderam. A confiança entre os industriais é ainda maior quando o assunto é a expectativa com o futuro da indústria brasileira.
Neste recorte, 77% estão otimistas ou muito otimistas; 18% relataram pessimismo ou muito pessimismo; 3% estão nem otimistas, nem pessimistas; 1% não respondeu. Em relação ao futuro da empresa, 87% estão otimistas ou muito otimistas; 9% se dizem pessimistas ou muito pessimistas; 3% estão nem otimistas, nem pessimistas; 1% não respondeu.
Situação atual
O otimismo disseminado em relação ao futuro da economia e das empresas não se repete quando o tema é a situação atual. A pesquisa aponta que há mais equilíbrio no sentimento dos industriais quanto ao presente.
Sobre a economia brasileira, para 37%, é boa; para 35%, é regular; 11% avaliam como ótima; 10% como ruim; e 7% como péssima. Em relação à empresa, a situação atual é boa para 45% dos entrevistados; é regular para 32%; ótima para 15%; ruim para 6%; e péssima para 2%.
Levantamento
A Pesquisa Agenda de Prioridades foi feita pela CNI em parceria com a FSB Comunicação. Entre 10 e 24 de agosto, o levantamento entrevistou, por telefone, executivos de 1.001 empresas industriais de pequeno, médio e grande porte. O estudo levou em conta uma amostra proporcional à quantidade total de empresas industriais desses portes em todos os estados brasileiros.