Especialistas defendem que, apesar de avanço da tecnologia, desafios ainda dificultam inclusão digital
Por: Thiago Aquino
Para quem compartilha rapidamente fotos e vídeos nas redes sociais nem imagina a quantidade de pessoas e de estrutura física que estão por trás do sistema que permite uma conexão de internet sem fio. São toneladas de cabos submarinos que interligam países em fibras ópticas.A Agência Tatu conversou com especialistas que explicaram as etapas necessárias para a internet chegar até a palma das mãos dos usuários. Saiba como funciona a Internet: No círculo externo da internet, chamado de primeira e última milha, estão os usuários onde recebem e enviam as mensagens; Este celular está conectado a um roteador que emite o sinal wireless, sem fio; O roteador é alimentado por uma rede ligada ao provedor; Essa tecnologia é possível por causa das ondas de rádio que envia sinais de internet; Com isso, é possível enviar uma foto por e-mail, por exemplo; Para esse envio, o arquivo é transformado em código binário, representado nos números 0 e 1; Os códigos são transferidos via ondas de rádio até o roteador para seguir para o receptor, que consegue detectar a frequência justamente por entender o padrão dos códigos; O celular pode ser entendido como um rádio por emitir essas ondas em conexão com Wi-fi; O roteador se liga a cabos do provedor até chegar ao “hub”, uma central que transmite dados para todos os computadores ou dispositivos conectados; E se o destinatário do e-mail ou da foto em rede social estiver em outro país? É aqui que entram em cena os cabos submarinos que interligam os países. Cabos submarinos Há várias empresas que fazem parte desta outra camada da internet. O navio de instalação e manutenção de cabo tem 139 metros de comprimento para fazer com que as toneladas de cabos atravessem o oceano. A luz emitida pela fibra óptica, uma fibra de vidro contínua, da espessura de um cabelo humano, sai de um país e chega a outro para levar as informações. |
Por meio do site Submarine Cable Map, é possível visualizar o mapa dos cabos submarinos. Todos os cabos lançados a partir dos anos 2000 são utilizados para internet. Conexão no Brasil O mercado brasileiro tem atualmente 20 mil provedores de acesso à internet, colocando o país como um dos mais conectados. É de Fortaleza, no Ceará, que saem cabos para as Américas do Sul, Central, do Norte, Europa e África, como informa Thiago Ayub, diretor de tecnologia na Sage Networks, empresa especialista em serviços de rede, roteamento e segurança de redes. “Convertendo-se de dólar para real, nossa internet móvel é mais barata que a dos estadunidenses. No ranking mundial do speedtest.net, a velocidade média de nossa banda larga fixa é superior à de países como Finlândia, Bélgica, Reino Unido e Alemanha. Somos um dos poucos países com lastro legal para operação e proteção da internet, como o Marco Civil e a LGPD”, explica o influenciador digital no segmento provedores de internet. Ainda há desafios pela frente para que a internet chegue a todos, seja pela dificuldade financeira ou geográfica. Para esta realidade, Milton Kaoru Kashiwakura, diretor de Projetos Especiais e de Desenvolvimento do NIC.br, criado para implementar as decisões e os projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), afirma que há uma grande expectativa por mais inclusão digital e apresenta um exemplo de como isso pode ser possível. “É um desafio grande atender os domicílios que faltam. O que é animador é o fato de termos trabalhado de forma criativa e colaborativa com projetos para atender a Amazônia via rio, com cabos submarinos. É um desafio que, se solucionado, pode trazer muitos benefícios para as cidades que margeiam o rio. Projetos como de TVWS (TV White Space) para atender regiões montanhosas e pouco densas, além das zonas rurais, podem ter sucesso com a evolução tecnológica”, pontuou. |