redacao@jornaldosudoeste.com

Escolas de antigamente

Publicado em

Em tempos passados era entendimento na época, que as meninas tinham menos capacidade que os meninos. Para as garotas, as escolas de primeiras letras do século 19, ministravam-se aulas de prendas domésticas, religião, português e matemática. O currículo dos garotos era completo, incluía todas as matérias, como é hoje. Os país, agiam, segundo a sua visão e costume, proibindo as meninas de frequentarem as escolas e aprendessem a ler.  Era a realidade da época.

 A lei educacional de 15 de outubro de 1827, foi criada a pedido do Imperador D. Pedro I solicitando aos senadores e deputados que priorizassem “a educação da mocidade de ambos os sexos”.   As duas primeiras faculdades de Direito do Brasil, eram situadas em Olinda/PE e São Paulo e foram criadas no mesmo ano de 1827.

No senado, José da Silva Lisboa, o Visconde de Cayru (BA), declarou: “o belo sexo” não tinha capacidade intelectual para ir muito longe. Para elas basta ler, escrever e contar, é o   suficiente, será necessário um currículo mais enxuto.

 José Joaquim Carneiro Campos, Marquês de Caravelas, reagiu ao pensamento de Cayru dizendo que as mulheres são dotadas dos mesmos talentos dos homens. A lei fica contraditória e injusta quando concede aos meninos o que nega às meninas.

 Cayru em tom de provocação insinuou que os estudos poderiam até mesmo corromper as mulheres. As mais dotadas são raridades da espécie, todavia não foram famosas em moral e citou algumas, historicamente conhecidas.

O Senador José Ignácio Borges (PE), argumentou que era a favor da igualdade dos sexos nas escolas, pois com esse procedimento as mulheres se tornariam mestras não só para ensinar questões morais e religiosas, mas também se qualificarem para ensinar as demais matérias. Porém a unificação só ocorreu em 1854.

 Constituição de 1824 citava que o ensino primário era gratuito para todos os cidadãos. Geralmente, as escolas públicas do Império eram frequentadas por membros da elite. Antes da instituição da escola pública, as pessoas mais abastadas contratavam professores particulares para instruírem seus filhos. Hoje a escola pública está desacreditada, muitos preferem as escolas particulares, por entenderem que o ensino é mais eficiente e de melhor qualidade.

 As classes populares resistiam às escolas. Os filhos ajudavam os pais nos trabalhos, principalmente na lavoura. Os pais não viam a escola e o respectivo conhecimento, como elemento de ascensão social, a sobrevivência falava mais alto. Na época os trabalhos eram quase todos braçais não exigia saber ler e escrever.

A origem do Dia do Professor se deve ao fato de, na data de 15 de outubro de 1827, o imperador D. Pedro I ter instituído um decreto que criou o Ensino Elementar no Brasil, com a instituição das escolas de primeiras letras em todos os vilarejos e cidades do país. Além disso, o decreto estabeleceu a regulamentação dos conteúdos a serem ministrados e as condições trabalhistas dos professores.

 Mais tarde, em 1963, a data foi oficializada pelo decreto federal nº 52.682, que, em seu art. 3º, diz que “para comemorar condignamente o dia do professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo delas participar os alunos e as famílias”.

 O responsável por aprovar esse decreto foi o presidente João Goulart.

 O professor(a) é um dos profissionais mais importantes em nosso país, mas que nem sempre são valorizados como deviam. Hoje, a visão da educação escolar e os conhecimento adquiridos, é garantia de um futuro melhor.

 Vale ressaltar que muitos alunos frequentam as escolas e, pouco aprendem, não por culpa do professor, que se desdobra para proporcionar um ensino de qualidade, mas pelo desinteresse do aluno em aprender. Muitos alunos não dão seguimento aos estudos, são os chamados “analfabetos funcionais”.

Aqui em Bom Jesus dos Meiras, atual cidade de Brumado, segundo nossas pesquisas, a escola pública do sexo masculino data desde 1890.  Em 23 de junho de 1896 foi consignado em livro por   Polycarpo Pereira da Costa, intendente da Vila de Bom Jesus dos Meiras, que servirá para registrar   a presença e as visitas das escolas do sexo masculino.

Termo de Visita: Aos 31 dias do mês de julho do ano de mil oitocentos e noventa e seis, oitavo da República, nesta vila de Bom Jesus dos Meiras, visitei a escola elementar do sexo masculino nesta vila, tendo encontrado matriculados vinte e seis alunos que regularmente requestam as aulas; o professor cumpre com seus deveres. A escola está em condições favoráveis de higiene.

Vila de Bom Jesus dos Meiras 31 de julho de 1896.

Delegado escolar: Antonio Clemente Gomes.

 Professor substituto: Francisco de Paula Lôbo e Horácio Guanaes Simões.

Delegado escolar: Antonio Clemente Gomes, Wenceslau Alves (?), prático licenciado, e Sebastiao da Silva Leite.

No livro de registro de matrícula da Escola Pública feminina da Vila de Bom Jesus dos Meiras, consta a relação das alunas matriculadas nos anos de 1923/1924/1925, regida pela professora Esther Maria da Costa.

Fontes de pesquisas:

Arquivo S – O senado na história do Brasil;

Atas da Câmara Municipal de Brumado;

Falas do Trono, página 119 – Senado Federal.

Deixe um comentário