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Especialistas defendem reforma tributária com amplitude federativa para impulsionar crescimento da indústria baiana

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O estado possui, atualmente, PIB industrial de R$ 28,9 bilhões, equivalente a 2,2% da indústria nacional. Sem uma reforma tributária ampla, o cenário é de perda da posição relativa da indústria no PIB nacional e estadual

 

Por Rafaela Gonçalves/ Agência Brasil 61

 

A Bahia possui, atualmente, Produto Interno Bruto (PIB) industrial de R$ 54 bilhões, equivalente a 4,1% da indústria nacional. Sem uma reforma tributária ampla, o cenário é de perda da posição relativa da indústria no PIB nacional e estadual. Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ao todo, o setor emprega 364.603 trabalhadores no segmento.

O estado arrecadou, entre janeiro e junho de 2021, R$ 17,1 bilhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Com isso, a Unidade da Federação coletou 30,41% a mais em relação ao mesmo período de 2020, quando o valor foi de R$ 14,3 bilhões. Os números são do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

Para o advogado tributarista Marcus Cruz, a complexidade do sistema tributário é um problema para todos, até mesmo para o poder legislativo, e além de simplificá-lo, a reforma promete ainda gerar impactos positivos na produtividade e no crescimento econômico do país. “A reforma tributária sem amplitude federativa não é reforma, sem dúvidas alguma é necessário a reforma completa incluindo estados e municípios”, afirmou.

A urgência para se aprovar uma reforma tributária no Brasil é considerada uma unanimidade. No entanto, parte dos parlamentares no Congresso Nacional, assim como profissionais que atuam diretamente no ramo, ressaltam que isso não pode ser desculpa para que as mudanças sejam feitas pontualmente, ou seja, uma reforma tributária fatiada.

Crescimento econômico

Outros especialistas também consideram que o sistema tributário em vigor no Brasil reduz a capacidade de competitividade do País e dos estados. Para o diretor de Assuntos Tributários da Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais, Juracy Soares, o atual modelo contribui para a estagnação da economia.

“Para milhares de empresas, os elevados custos de conformidade afastam investimentos produtivos e minam as atividades dessas corporações no mercado nacional e global. Para a administração pública, a infinidade de novas normas que são escritas para tapar buracos, que viabilizam sonegação, e também para gerir esse sistema complexo, resultam em perdas de arrecadação e elevados custos de gerenciamento e controle”, destacou.

O que muda com a reforma tributária mais ampla?

Uma reforma tributária ampla pode aumentar em até 20% o ritmo de crescimento do PIB do Brasil nos próximos 15 anos. A projeção foi feita por profissionais renomados, que atuam em instituições como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a LCA Consultores e a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

De acordo com os pesquisadores, esse resultado será consequência de ganhos de competitividade da produção nacional em relação aos competidores externos e da melhor alocação dos recursos produtivos.

O IPEA, por exemplo, considera que as mudanças na forma de se cobrar impostos no Brasil poderão reduzir a pressão dos tributos sobre o cidadão de menor renda, o que acarreta em diminuição das desigualdades sociais.

Fonte: Brasil 61

Foto de Capa: Agência Brasil.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745