Motivados pela oportunidade de obter um conhecimento diferenciado e dar uma nova utilidade aos restos de frutas e verduras descartadas nas feiras livres, três estudantes do Centro Estadual de Educação Profissional, em Ilhéus, criaram um projeto que utiliza esses resíduos para transformá-los em etanol.
A ideia começou a ser desenvolvida há um ano, inicialmente apenas com cascas de laranja, e, após várias pesquisas, foi descoberta a possibilidade de utilizar qualquer tipo de resto de frutas. Os detritos passam por um processo de trituração, adição de ácido sulfúrico, fermentação e destilação, antes de serem transformados em álcool, processo que demora cerca de quatro dias.
A orientadora do projeto, Margarete Araújo, comenta que “esse tipo de iniciação cientifica é fundamental para o crescimento do aluno”, e destaca a importância de “criar meios de fomentar o aproveitamento de resíduos – que podem contribuir para o aumento da poluição – transformando-os em combustível renovável, com aplicabilidade social”.
Foi com essa iniciativa que os alunos garantiram participação em uma feira de ciência e tecnologia internacional, que será realizada no próximo ano, pela primeira vez, aqui no Brasil. O evento reunirá ideias inovadoras de mais de 60 países, oportunizando mais visibilidade ao trabalho da equipe.
Agora, o próximo passo do projeto é determinar um padrão ideal para os parâmetros de concentração do ácido utilizado na hidrólise. Para isso, a orientadora afirma, ainda, que “o apoio da Universidade Estadual de Santa Cruz e de outras instituições é crucial para a realização de testes com equipamentos mais específicos”.