Pesquisa publicada no Journal of Health Economics revela impacto positivo do uso do TytoCare na redução de custos e procura por atendimento de urgência. Perspectivas promissoras também se estendem ao cenário de saúde brasileiro.
Por Tamer Comunicação
Um recente estudo publicado no Journal of Health Economics revelou resultados encorajadores em relação à eficácia da tecnologia de telessaúde na área de cuidados primários. A pesquisa, conduzida ao longo de três anos nos Estados Unidos, focou na avaliação do TytoCare, um dispositivo que proporciona atendimento médico remoto de qualidade e acessível, seja em ambientes especializados ou no ambiente domiciliar. Os mesmos benefícios têm sido observados por profissionais e instituições de saúde brasileiras que também adotaram essa inovação.
A análise abrangeu dados de 28.213 usuários do TytoCare e 104.532 consultas, comparados a informações de 982.939 pacientes que utilizaram outros provedores de telemedicina e não tiveram acesso ao atendimento avançado do TytoCare. O estudo demonstrou que a utilização dessa tecnologia resultou em melhorias consideráveis no sistema de saúde:
- Houve um aumento de 12% na procura por cuidados primários.
- A utilização de salas de emergência foi reduzida em 24,1%.
- A demanda por atendimento de urgência diminuiu em 11,3%.
Essas mudanças resultaram em uma redução de 7% nos custos totais de atendimento para todas as faixas etárias e em 9% especificamente para a população adulta. Isso destaca como direcionar adequadamente os pacientes para os cuidados certos pode acarretar em economias significativas.
Os autores da pesquisa americana enfatizaram que essas descobertas estão em sintonia com a ideia de que a adoção de dispositivos de telessaúde pode substituir a necessidade de visitas frequentes aos hospitais e contribuir para a prevenção do agravamento dos casos.
A pesquisa foi liderada por uma equipe de especialistas, incluindo o Dr. Dan Zeltzer da Universidade de Tel Aviv, o Dr. Liran Einav da Universidade de Stanford, Joseph Rashba e Ran D. Balicer, com base em três anos de dados da Clalit, uma das maiores Organizações de Manutenção da Saúde (HMOs) do mundo.
Implicações no Brasil
“O cenário no Brasil é muito promissor”, afirma Fábio Mattoso, CEO da Tuinda Care, a empresa responsável pela exclusividade do TytoCare no Brasil.
De acordo com Mattoso, o Brasil possui uma vasta rede de operadoras de saúde buscando reduzir os custos operacionais sem comprometer a qualidade dos atendimentos. “O sistema de saúde brasileiro enfrenta desafios geográficos no acesso aos cuidados. Através da tecnologia, é possível democratizar esse acesso ao mesmo tempo em que reduzimos os custos de atendimento. A tecnologia TytoCare possibilita que um médico em São Paulo atenda uma comunidade indígena no Xingu ou que um hospital monitore um paciente pós-cirúrgico em sua própria casa”, explica.
A Abertta Saúde, operadora autogerida de saúde do Grupo ArcelorMittal e cliente da Tuinda Care, estima economizar cerca de R$ 500 mil em um ano ao utilizar o TytoCare em uma comunidade com mais de três mil pessoas. Esse retorno sobre o investimento previsto será de 2,8 vezes.
A economia é atribuída à redução de deslocamentos para atendimentos em outras cidades, menos visitas a prontos-socorros e maior agilidade na resolução de casos. A conclusão da Abertta Saúde é que a telessaúde impacta positivamente nos resultados clínicos e na percepção de valor, proporcionando melhor coordenação do cuidado ao beneficiário.
Os números da Tuinda Care também refletem essa tendência. Entre janeiro e maio deste ano, as consultas realizadas por meio do TytoCare aumentaram 66,62% em comparação com o mesmo período de 2022. Com um crescimento expressivo na região Norte do Brasil, a Health Tech de saúde observou um aumento de 156% no número de novos pacientes cadastrados no dispositivo no mesmo intervalo. Com mais de 150% de clientes utilizando o equipamento, os custos operacionais registraram queda.
Perspectivas de Investimento Futuro
Segundo a Data Bridge Research, a adoção de dispositivos conectados para consultas e transmissão de dados clínicos em tempo real, seja em hospitais ou residências, está ganhando espaço no setor de saúde. O mercado de Internet das Coisas Médicas (IoMT) deve atingir US$ 270,4 bilhões em investimentos até 2029, com um crescimento constante de 23,9% ao ano.
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