redacao@jornaldosudoeste.com

Estudo avalia eficácia na redução de sessões de radioterapia para pacientes com câncer de mama

Publicado em

WhatsApp
Facebook
Copiar Link
URL copiada com sucesso!

Pesquisa Clínica do São Camilo Oncologia iniciou levantamento em fevereiro deste ano e deve recrutar 36 pacientes

 

Por Vivian Fiorio/ Ascom

 

O Centro de Pesquisa do São Camilo Oncologia deu início a um estudo destinado a pacientes com diagnóstico de câncer de mama em fase inicial, submetidas à cirurgia conservadora da mama. O levantamento tem como objetivo verificar a eficácia do tempo de exposição da paciente a sessões de radioterapia.

O estudo exploratório, chamado Lapidary – que traz o significado de lapidação da radioterapia –, vai analisar, além da linha de radioterapia com irradiação da mama toda em 15 sessões (hipofracionada) por três semanas, o experimento de irradiação da mama total em apenas 5 sessões (acelerada) e, ainda, a irradiação parcial da mama em 5 sessões (acelerada parcial), ou seja, apenas no leito tumoral. Nos dois últimos, o tratamento seria feito em apenas uma semana.

As técnicas de simulação e tratamento não se modificam, de acordo com o Dr. Eduardo Barbieri, médico radio-oncologista do São Camilo Oncologia e idealizador do estudo. O que muda é o volume de tratamento e o número de sessões.

“Existem dados na literatura que indicam resultados favoráveis, com redução de frações de radioterapia e ajustes de doses, permitindo o controle local do tumor e a redução dos eventos adversos tardios. O menor tempo de tratamento traz benefícios, como, por exemplo, um menor número de visitas da paciente ao hospital (de 3 a 4 semanas para uma semana), sem repercussão no controle local da lesão e/ou impacto no resultado estético pós-radioterapia”, complementa o especialista.

Além dessa redução no período de tratamento, o estudo avalia também a radioterapia acelerada parcial da mama, que consiste no procedimento apenas no leito tumoral em 5 sessões, preservando a maior parte da mama, impactando em menos efeitos colaterais e melhor resultado estético.

“O racional da radioterapia parcial da mama é baseado na evidência de que mais de 85% das recaídas locais acontecem no leito tumoral inicial”, acrescenta o Dr. Barbieri.

Ainda segundo o médico, essa redução no tempo de tratamento impacta no acesso à terapia e nos custos ao sistema de saúde, pois permite tratar mais pacientes no Brasil, onde a demanda por radioterapia é reprimida, reduzindo a necessidade de deslocamento das pacientes e a quantidade de horas de trabalho. “Um desafio no tratamento das pacientes é reduzir a morbidade, sem comprometer sua capacidade de cura do câncer.”

Radioterapia no Brasil

A radioterapia pode ser realizada exclusivamente ou associada a outras modalidades terapêuticas. Inicialmente, a radioterapia pós-operatória de mama era realizada com 25 a 30 sessões, numa frequência de 5 vezes por semana, resultando num período de 5 a 6 semanas. A partir de publicações de seguimento a longo prazo, esse esquema de hipofracionamento em 15 a 20 sessões começou a ser adotado amplamente no Brasil.

“Embora tenha uma maior utilização do regime hipofracionado, não temos dados comparativos sobre o regime ideal de tratamento radioterápico de pacientes com câncer de mama, em estágio inicial, na nossa população. A redução desse tipo de tratamento, com os benefícios associados, é o que pretendemos comprovar”, finaliza.

A expectativa é recrutar 36 pacientes para o estudo, que teve início em fevereiro de 2021. Quem se enquadrar nos critérios clínicos exigidos, pode entrar em contato com o Centro de Pesquisa Clínica.

Mais informações pelo e-mail recrutamento.pesquisa@ibcc.org.br ou pelo tel: (11) 3474-4264.

 

 

Foto de Capa: Divulgação.

Deixe um comentário

Jornal Digital
Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745