Por: Victor Silva
Um professor que pratica uma boa didática une teoria e prática de ensino. Ou seja, não adianta o professor falar, falar e falar em sala de aula e não praticar (no caso de algumas disciplinas, como por exemplo, ciências, é muito fácil, em certos conteúdos, trabalhar com a prática). Já em outras disciplinas, como por exemplo história e geografia, o professor pode utilizar os recursos que existem hoje em dia, como os recursos audiovisuais, porque o que vemos fica muito mais fácil de aprendermos do que somente o que escutamos.
Quando o professor só fala, além da aula ficar monótona, o aluno fica desmotivado e o educador pode se esforçar ao máximo que entendimento da matéria não será assimilado totalmente pelos estudantes.
Um estudo do Pós PhD Neurocientista Fabiano Abreu Agrela pontuou e relembrou a questão das múltiplas inteligências, que fazem com que quem tenha conhecimento que cada indivíduo pode apresentar sua forma particular de aprendizado. Isso, segundo o texto, faz necessário a entrega e reciclagem de escolas e profissionais no que diz respeito ao ensino.
A produção está publicada no livro “Novas Tecnologias e as Competências Técnico-Científicos Nas Ciências Biológicas”, da Antena Editora.
“Que aluno nunca se sentiu incapaz por não conseguir resolver uma expressão numérica durante o ensino fundamental? Se envolvesse letras então (…) Porém, ao mesmo tempo que não conseguia tirar boas notas em matemática, possuía uma facilidade enorme com textos ou fazia aqueles desenhos elaborados incríveis. Ou o aluno poderia saber a tabuada toda de cor, mas não conseguia comunicar-se de jeito nenhum, se tivesse apresentação de trabalho era um suor frio, mal-estar e tudo. Acho que todos já passaram por isso, possuir muita facilidade em uma determinada disciplina e encontrar maior dificuldade em outra área”, relembra o estudo.
Segundo o autor, alguns pensamentos avaliativos – sobretudo nas escolas – não valorizam as múltiplas inteligências. “Para isso existe uma explicação e pode ser encontrada na Teoria das Múltiplas Inteligências do psicólogo Howard Gardner, cuja principal discussão é de que existem vários tipos de inteligência. Gardner nasceu nos Estados Unidos, formado no campo da Psicologia e da Neurologia. Ele é professor de Psicologia na Universidade Harvard, localizada em Cambridge, ficou conhecido no meio educacional pela sua teoria sobre as inteligências múltiplas, ampliando muito a visão dos pedagogos e professores sobre o conceito de inteligência. Essa teoria surgiu no final do século XX, com base no interesse dele pela inteligência, que nasceu durante a sua pós-graduação estudando as teorias de Jean Piaget. Esse interesse deu origem à sua tese que contemplou a teoria mundialmente conhecida. Para ser considerada uma inteligência múltipla, a capacidade questionada, deverá ser universal na espécie humana, devendo ser vinculada ao estímulo cultural e que tenham raízes biológicas”, diz outro trecho da produção.
O estudo lista ainda os nove tipos de inteligências emocionais que compõem o nosso cérebro.
Lógico-Matemática
Os profissionais que dominam essa habilidade são os mestres-de-obras, economistas, engenheiros, matemáticos, cientistas, contadores, estatísticos e analistas. Os professores para desenvolver essas inteligências em seus alunos, eles podem dar aos mesmos desafios lógicos, criar olimpíadas individuais de conhecimento, estimular a competitividade e o trabalho em equipe com torneios de matemática e física etc. Lembra quando comentamos na introdução deste trabalho a importância da prática nas disciplinas e não somente a teoria? Nesse tipo de inteligência podemos chegar a conclusões através da razão, como por exemplo resolver equações e provas, ter pensamento lógico, fazer e resolver problemas abstratos. Essas pessoas dominam números, tarefas complexas e atividades lógicas. O discente deve enxergar as projeções geométricas, solucionar problemas matemáticos, da área da informática, química ou física.
Linguística
Esse tipo de inteligência surge logo cedo, aos dois anos de idade e está diretamente ligada à capacidade de domínio da linguagem e da expressão. Quem possui esta habilidade tem mais êxito na hora de transmitir ideais, ensinar, convencer, negociar e motivar. Da mesma forma fica mais fácil analisar e interpretar ideias e informações e produzir trabalhos envolvendo linguagem escrita e oral, gestual, corporal e entre outras. Vamos dar alguns exemplos de quem as possui, são profissionais como: jornalistas, escritores, cineastas, mestres de cerimônia, vendedores, CEOs e políticos. Será que você tem algumas dessas competências? Gostar de ler, gostar de escrever, ter boa memória, saber debater e ter ótima verbalização? Se sim, você desenvolveu a inteligência linguística.
Corporal
Esse tipo de inteligência é ligado ao uso do próprio corpo para resolver problemas, por isso as pessoas desse grupo normalmente querem se tornarem atletas, dançarinos, artistas circenses, mergulhadores, bombeiros, motoristas, entre outros. As pessoas com esse tipo de habilidade se destacam em suas capacidades motoras de resolver problemas ou elaborar produtos utilizando o corpo inteiro ou parte do mesmo, e a expressão de sentimentos. Podemos dizer que é uma inteligência ligada à coordenação, ao equilíbrio e à expressão por meio do corpo. Essa inteligência precisa ser trabalhada quando a criança não consegue fazer atividades que exigem controle motor refinado, como por exemplo amarrar cadarços entre outras coisas.
Naturalista
As pessoas que conversam com plantas, que estão inteiramente ligadas com a natureza podem ser encaixadas nesse tipo de inteligência. Quem possui essa habilidade tem mais aflorados os seus sentidos em relação à vida na natureza. Podemos citar os seguintes profissionais: biólogos, floricultores, agricultores, guia turísticos, geólogos, engenheiros climáticos, jardineiros e meteorologistas eles possuem o desenvolvimento dessa inteligência.
Intrapessoal
Os indivíduos com essa habilidade conseguem conviver com suas limitações e potencialidades e focam nas atividades que possuem maior domínio, mas sem deixar de trabalhar seus pontos de melhoria. É a inteligência da autoestima, do autorrespeito e da auto aceitação e se refere às pessoas que desenvolveram um alto nível de autoconhecimento, conseguindo compreender todas as suas emoções, quais são seus valores e os ideais e o que os motiva a seguir com os objetivos traçados, isso faz com que quem possui esse tipo de inteligência têm facilidade de lidar com a maioria dos tipos de trabalho, otimismo, respeito a valores morais e controle de vícios e emoções.
Interpessoal
Quem possui esse tipo de inteligência trabalha como terapeuta, professor, psicólogo, médico, profissional de RH, político, líder religioso, conselheiro, vendedor, gerente, advogado e pedagogo, pois sabem ler nas entrelinhas o que os outros pensam e como se sentem no dia a dia. Reconhecer e entender os sentimentos, motivações, desejos e intenções de outras pessoas. É importante a participação em grêmios estudantis, desafios entre equipes, desenvolvimentos de games ou aplicativos que visam solucionar os pontos de dor das pessoas para aprimorar essas habilidades em jovens.
Espacial
Essa inteligência está ligada à percepção espacial e visual, à interpretação e criação de imagens visuais e à imaginação pictórica. Há uma melhor compreensão de informações gráficas, como mapas. Mas quem possui esse tipo de inteligência? As pessoas que possuem a criatividade aflorada, bom senso de localização e facilidade com mapas, gráficos e diagramas. São eles: arquitetos, cartunistas, fotógrafos, escultores, designers, inventores, navegadores, artistas plásticos, estrategistas e jogadores de xadrez. Como podemos trabalhar esse tipo de inteligência nas escolas? Com o acontecimento de feiras artísticas com prototipagem de projetos robóticos e desenvolver animações em 3D.
Musical
Essa inteligência está relacionada à sensibilidade que as pessoas possuem em reconhecer notas musicais vindas de qualquer tipo de objeto. Esse é um tipo de inteligência que é muito facilmente reconhecido. Exemplos de pessoas que possuem esse tipo de inteligência: compositores, músicos, DJs, cantores, produtores musicais e engenheiros acústicos. As escolas para desenvolver essa inteligência nos alunos podem disponibilizar instrumentos para formar uma banda, formar um coral ou criar concursos de canto.
Pictórica
Esse tipo de inteligência está ligado a pessoas com facilidade em se expressar através dos desenhos, pinturas e esculturas e que criam imagens mentais.
Fabiano declara que “este trabalho teve como objetivo estudar, analisar e propor alternativas para a estimulação das inteligências múltiplas, em sala de aula, bem como no dia a dia da pessoa, observando-se que as inteligências múltiplas devem se apresentar como um aprimoramento de estratégias para que o professor leve à aprendizagem, em sua prática pedagógica. Desenvolvendo projetos para trabalhar as inteligências múltiplas, observando aspectos que possam ajudar a criança e o educador, sem interferir na aprendizagem da mesma, o educador será o mediador das habilidades e não simplesmente produtor de conteúdo sem lógica, para os alunos.”
“O sucesso é um conceito relativo. Entretanto, existe uma correlação positiva entre a inteligência e o sucesso na vida. O sucesso envolve o crescimento pessoal explorando todas as capacidades humanas disponíveis de forma harmônica para gerar realizações, novos conhecimentos. Há múltiplas inteligências, de acordo com o desenvolvimento cognitivo e intelectual humano. Mas há uma inteligência que é distinta da inteligência DWRI. Que nos diferencia dos demais, qualificando o indivíduo: dentro da neurodiversidade como portador de Superdotação/ Altas Habilidades. Ela é precursora e ‘incentivadora’ para as demais inteligências desenvolvidas de acordo com o ‘tipo de vida’ da pessoa, personalidade e marcadores genéticos. O teste de QI define a diferença das inteligências entre pessoas e as múltiplas inteligências de Gardner definem um conceito para o processo de aprendizagem e incentivo principalmente para quem deseja testar seu QI, de forma qualitativa e quantitativa”, finaliza Agrela.