Os resultados referentes ao mês de junho de 2023 mostram que o fluxo de visitas em lojas físicas teve um crescimento de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior
Por Comunicação/NB Press
Com base nos dados do IPV (Índices de Performance do Varejo), a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) apresentou um levantamento que aponta um crescimento geral no fluxo de consumidores e nas vendas nos centros de comércio do varejo brasileiro durante o primeiro semestre de 2023.
O estudo, intitulado “Mapeamento de Fluxo de Visitas em Shopping Centers e Lojas Físicas do Brasil”, utiliza informações fornecidas pela FX Data Intelligence e pela F360°, investidas da HiPartners, um Venture Capital focado em Retail Techs. A pesquisa foi chancelada também pela 4Intelligence e pela SBVC.
Os resultados referentes ao mês de junho de 2023 mostram que o fluxo de visitas em lojas físicas teve um crescimento de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, observou-se que os lojistas de rua tiveram um crescimento mais expressivo, atingindo 11%, enquanto os shoppings apresentaram um aumento mais tímido, com 2%. Esse descolamento no fluxo de visitação entre os diferentes tipos de lojas também foi observado no relatório do mês anterior, o que explica a diferença no crescimento anual.
Além do panorama geral, o estudo também trouxe recortes regionais e por segmento. Em relação ao fluxo de visitação em lojas físicas em junho de 2023, houve uma heterogeneidade entre as regiões do país. Enquanto as regiões Norte (-4%) e Nordeste (-0,5%) registraram queda, as demais tiveram crescimento, com destaque para o Centro-Oeste (10%), seguido pelo Sudeste (4%). A região Sul aproximou-se da estabilidade, com um crescimento de 0,1%. Quanto ao volume de vendas, o movimento de alta (9%) foi generalizado territorialmente, com destaque positivo para o Nordeste (13%), seguido pelo Sul (8%) e Norte (8%). Em relação ao faturamento nominal, novamente o Nordeste se destacou com a maior alta (20%), seguido pelo Sul (16%).
O estudo também analisou os setores específicos do varejo. Entre os cinco setores com dados disponíveis para o mês, um deles apresentou queda no fluxo de visitação: “Livros, jornais, revistas e papelaria”, com uma redução de 30%. O setor de “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos” foi o destaque positivo, registrando um crescimento de 26%. Em relação ao volume de vendas, o setor “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” foi o destaque negativo, com uma queda de 5%. Já o destaque positivo ficou para o setor de “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos”, com um crescimento de 15%. No que diz respeito ao faturamento nominal, os setores que se destacaram tanto positiva quanto negativamente foram os mesmos, com alta de 23% para “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos” e queda de 3% para “Outros artigos de uso pessoal e doméstico”.
Eduardo Terra, Presidente da SBVC, destaca que houve uma melhora no cenário de consumo das famílias, principalmente devido ao dinamismo do mercado de trabalho, à recomposição do salário mínimo e à ampliação do Bolsa Família. Entretanto, ele ressalta que um cenário de crédito mais restrito e o alto grau de endividamento familiar podem desestimular o crescimento da demanda por bens duráveis, o que pode ser um sinal de alerta.
Flávia Pini, sócia da HiPartners Capital & Work, comenta que o varejo enfrenta um momento desafiador devido ao cenário macroeconômico nacional e global. Ela destaca a importância de modelos de eficiência para preservar margens e trabalhar com as bases já existentes para enfrentar possíveis impactos da aprovação da reforma tributária, que pode trazer mudanças significativas para o setor.
Com os dados apresentados pela SBVC, o varejo brasileiro pode ter uma visão mais clara sobre o desempenho do setor e buscar estratégias para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem no cenário atual.
