No final da tarde desta segunda-feira, o ex-governador e atual titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Jaques Wagner, um dos alvos da Operação Cartão Vermelho que investiga irregularidades e desvios de recursos nas obras de construção da Arena Fonte Nova para a Copa do Mundo de 2014, comentou a ação desencadeada pela Polícia Federal.
Na entrevista coletiva, realizada na sede da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Jaques Wagner, demonstrando serenidade, afirmou que em 40 anos de vida pública e nos oito anos em que esteve à frente do Governo da Bahia manteve – como mantém postura ética, não tendo recebido qualquer valor indevido em benefício próprio e não tolerando quem quer que seja que recebesse propina. “
Na sequência, Jaques Wagner lamentou que a Polícia Federal (PF) “tenha comprado a tese” do superfaturamento na execução da Parceria Público-Privada (PPP) de serviços de demolição, reconstrução e gestão da Arena Fonte Nova, em Salvador, que ressaltou foram apresentadas por criminosos confessos na Operação Lava Jato. “Estou tranquilo. Quero reafirmar aqui que não houve superfaturamento nas obras da Arena Fonte Nova e o investimento para a sua construção foi um dos menores do Brasil. Todas as acusações são infundadas e só servem para gerar manchete de jornal”, disse.
Jaques Wagner citou que o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou as contas do empreendimento e que a execução da PPP da Arena Fonte Nova foi auditada por consultoria independente. “(…) Há pronunciamento do TCU [Tribunal de Contas da União] dizendo que os preços são normais”, insistiu Jaques Wagner, acrescentando que “esse processo [PPP para construção da Arena Fonte Nova] teve consulta pública, audiência pública e só depois foi feito o Edital”, destacou.
Da mesma forma que o governador Rui Costa, o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico da Bahia disse estranhar o fato do inquérito tramitar há cinco anos, sem que nenhuma providência fosse tomada e que no ano eleitoral as investigações ganham “proporções midiáticas”. Segundo Jaques Wagner, “(A Justiça, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal) estão desvirtuando e politizando essas ações numa tentativa clara de criminalizar e destruir as lideranças do PT. Mas a verdade vai vencer”.
Jaques Wagner encerrou a entrevista afirmando esperar a finalização do inquérito para que possa esclarecer ao juízo do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) as eventuais dúvidas que ocorrerem, estabelecendo, com isso, o princípio da verdade e da lisura na constituição do contrato de PPP para construção da Arena Fonte Nova.