Professor do curso de Educação Física da Anhanguera explica como a prática de exercícios físicos pode melhorar a qualidade de vida de asmáticos
Por: Ideal H+K Strategies
Para quem convive com a asma, uma simples caminhada pode se tornar um grande desafio. Segundo o Datasus, banco de dados do Sistema Único de Saúde, ocorrem 350 mil internações pela doença no país todos os anos e há aproximadamente 20 milhões de brasileiros com essa condição. Ao contrário do que sugere o pensamento popular, o exercício físico contribui positivamente na redução do quadro asmático, sobretudo nos diagnósticos moderado e grave da doença.
De acordo com o professor do curso de Educação Física da Anhanguera, Lucas Borges, o sedentarismo é uma das causas que favorecem o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), de ordem cerebrovasculares, cardiovasculares, diabetes mellitus, doenças respiratórias obstrutivas, asma e neoplasias, que compartilham diversos fatores de risco. Por isso, o sedentarismo deve ser evitado por toda população, inclusive pelas pessoas com asma, pois pode haver aumento do risco de crises.
“A prática de atividade física, seja caminhada moderada ou intensa, natação, musculação ou outra modalidade esportiva, contribui para uma boa saúde e capacidade da pessoa cumprir suas atividades de rotina. Não existe um número exato de vezes que o indivíduo deve realizar atividade física por semana. O importante é a pessoa se manter ativa e encontrar uma prática que lhe dê prazer, assim ter resultados permanentes na prevenção das DCNT, especialmente para asmáticos”, orienta o docente.
A asma é uma doença crônica cujos sintomas respiratórios são: chiado, falta de ar, aperto no peito e tosse que variam de intensidade, esse processo dificulta a respiração. Alguns gatilhos podem provocar um acesso asmático como por exemplo, os ácaros, fungos, pelos e pólens carregados pelo vento, poluição ambiental, fumaça de cigarro, entre outros. Esforços intensos também podem piorar os sintomas. “O paciente com asma, além do acompanhamento médico regular, deve adotar uma rotina de hábitos saudáveis. Durante a primavera o recomendado é evitar atividades ao ar livre, pois neste período a quantidade de pólens está aumentada ou o volume de chuvas está muito baixo”, explica Lucas.
A inclusão de um programa de treinamento planejado adequadamente e supervisionado por um profissional de Educação Física capacitado é muito importante para melhorar o condicionamento físico do paciente e a sensação de dispneia (falta de ar). “A prática moderada de atividade física é indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As atividades físicas podem incluir exercícios aeróbicos, caminhada, dança, natação entre outros”, destaca o professor.
Além dos exercícios aeróbicos, não podemos deixar de destacar a relevância dos exercícios de fortalecimento muscular de moderada intensidade que envolvam os principais grupos musculares, pelo menos 2 dias na semana. “Os exercícios físicos promovem a qualidade de vida dos asmáticos, que apresentam melhora no inchaço e fechamento das vias aéreas”, pondera o docente.
Um dos esportes com grande eficácia no tratamento da asma é a natação, que trabalha a movimentação dos membros superiores e inferiores associada à coordenação respiratória. Lucas destaca que a atividade produz um menor ressecamento das vias aéreas e é capaz de melhorar a capacidade cardiorrespiratória, força e resistência muscular.
A contraindicação para a prática desportiva em piscinas acontece quando o paciente asmático possui alergia ao cloro, a condição pode desencadear irritação na pele, nos olhos ou nas vias aéreas superiores. “A natação auxilia na melhora da capacidade cardiorrespiratória, força e resistência muscular. É importante conhecer a situação da piscina e dar preferência a locais onde há controle dos níveis de cloro e outros compostos na água”, afirma. O professor ressalta ainda que nenhum exercício substitui o tratamento medicamentoso e que as terapias devem ser feitas em conjunto.