Escrevo para vários jornais pelo Brasil e também para países da lusofonia e de vez em quando sou convidado para manter uma coluna fixa em alguns jornais e em outras vezes me convidam para escrever sobre determinados temas. Em uma dessas ocaiões, fui convidado a escrever sobre “o que os governos devem fazer para incentivar o hábito da leitura no Brasil”, por um grande jornal do Nordeste. É um assunto que dá pano pra manga, pois nosso governo tem prometido, repetidas vezes, zerar o número de escolas e de cidade sem bibliotecas em nosso pais, mas isso ainda não ocorreu. Outros programas oficiais têm sido implantados, mas o que funciona mesmo são as iniciativas privadas, de pessoas e grupos abnegados e dedicados que fazem funcionar suas ideias inovadoras e realmente colaboram para que mais pessoas sejam incentivadas a ler mais.
Tenho falado desses casos por anos a fio e isso rendeu inúmeros artigos. Porque esses casos bem sucedidos devem ser conhecidos e copiados. Como exemplo, o projeto “Ler é viajar sem sair do lugar”, da professora Mariza, de Joinville, que angaria livros para distribuí-los em hospitais, escolas, consultórios, entre outros locais, e um outro similar, da professora Edna Matos, de Divinópolis, Minas Gerais. Ambos vitoriosos e que fazem a diferença.
O Brasil precisa parar de destinar dinheiro público – muito dinheiro -, por exemplo, para os partidos políticos, como tem feito sempre, parar de diminuir a verba destinada à cultura e à educação. Isso é descaso, para não dizer crime, pois o aumento da violência e criminalidade em nosso país se deve à baixa qualidade de nossa educação, à falência de nosso ensino e à desvalorização da cultura, pelos detentores do poder.
A verdade é que muito pouco se faz, no Brasil, para que o hábito da leitura seja assimilado pelos leitores em formação, para que se possa dizer, mais adiante, que o brasileiro está lendo mais.
Na contramão disso, o resultado da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil denunciou, há pouco tempo, que o índice de leitura dos brasileiros caiu de 4,7 livros por pessoa para quatro títulos. O número de leitores caiu. E note-se que a população aumentou.
A principal causa disso é a falência da educação brasileira, relegada ao esquecimento pelos detentores do poder. E a medida para melhorar esse estado de coisas é justamente melhorar o ensino público, estruturá-lo, dar-lhe atenção e a importância que ele realmente tem, capacitar os professores e pagá-los dignamente. O Estado precisa priorizar a educação e não a desconstruir, como vem fazendo. E isso precisa ser feito logo. Ou será tarde demais.
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