Especialista em genômica destaca o papel dos testes genéticos na identificação de fatores que podem influenciar a prioridade em transplantes
Por Comunicação/ MF Press Global
O Transplante de Faustão e a Questão da Prioridade
No domingo, 27, o renomado apresentador Fausto Silva, carinhosamente conhecido como Faustão, passou por uma cirurgia de transplante cardíaco no Hospital Albert Einstein, após uma internação de 22 dias devido a uma grave insuficiência cardíaca. A rapidez com que o transplante foi realizado levantou questionamentos online sobre se ele teria furado a fila de transplantes. O Ministério da Saúde se pronunciou em resposta a essas preocupações:
“A lista de espera por um órgão funciona baseada em critérios técnicos, em que tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados (…) Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica.”
Prioridade na Fila de Transplantes: Critérios Complexos
A prioridade na lista de transplantes cardíacos no Sistema Único de Saúde (SUS) é determinada por diversos fatores, incluindo a gravidade do caso, tipo sanguíneo, características físicas como peso e altura, além da localização e compatibilidade genética.
Segundo o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, um especialista em genômica e Pós PhD em neurociências, que lidera o Centro de Pesquisas e Análises Heráclito, a genética pode desempenhar um papel crucial na compreensão da gravidade de cada situação.
“Nosso código genético é um livro aberto sobre nós. A análise genômica pode oferecer insights valiosos, como predisposições genéticas a doenças cardíacas e cardiovasculares, além de indicar a compatibilidade genética com o novo órgão. Esses elementos podem ser considerados para determinar a prioridade de casos mais críticos.”
Prevenção e Tratamento Personalizado
O Dr. Fabiano de Abreu também destacou que os testes genéticos não apenas ajudam a definir a prioridade em transplantes, mas também podem ser empregados na prevenção de doenças cardíacas.
“Um teste genético não apenas auxilia na identificação de fatores prioritários para transplantes, mas também na prevenção de doenças cardíacas, ao possibilitar a adoção de medidas preventivas direcionadas com base em predisposições genéticas.”
A discussão sobre os critérios de prioridade em transplantes ganha relevância em meio à história de Faustão, mas também chama a atenção para o papel da genômica na medicina moderna, onde a personalização dos tratamentos e abordagens preventivas podem fazer a diferença na vida dos pacientes.