O objetivo é garantir a oferta oportuna de vacinas nas etapas e manter os índices vacinais satisfatórios. Com isso, o MAPA pretende equacionar a demanda de vacinas com o cronograma previsto de produção da indústria.
Por: Marquezan Araújo/Agência Brasil 61
Após análise junto a serviços veterinários estaduais, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) decidiu inverter a estratégia de vacinação contra a febre aftosa, em 2022. De acordo com a Pasta, a 1ª etapa, que será realizada em maio, vai ser destinada aos bovinos e bubalinos até 24 meses, enquanto a 2ª etapa, em novembro, para todo o rebanho.
A justificativa, segundo informou o ministério, é que a medida vai garantir a oferta de vacinas nas etapas para manter os índices vacinais “satisfatórios”, assim como a imunidade do rebanho. A ideia é equacionar a demanda de vacinas com o cronograma previsto de produção da indústria. A imunização também é importante para garantir o reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa, com vacinação.
A medida é válida para o Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância da Febre Aftosa (PE-PNEFA). A inversão será adotada no Distrito Federal e nos estados da Bahia, de Goiás, de Minas Gerais, do Mato Grosso do Sul, do Mato Grosso, do Rio de Janeiro, de Sergipe, de São Paulo, de Tocantins e no Espírito Santo, que já adota esse formato.
Essas Unidades da Federação respondem por aproximadamente 61,3 milhões de bovinos e bubalinos de zero a 24 meses. Esses animais deverão ser vacinados em maio de 2022.
Em Minas Gerais, por exemplo, o índice de cobertura vacinal em bovinos e bubalinos, de zero a 24 meses, chegou a 97,5%, no período entre 1° de novembro e 20 de dezembro de 2020. Já no Mato Grosso, a imunização foi realizada em 99% do rebanho, de acordo com o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea-MT).
Viabilidade da imunização
Segundo o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes, a demanda de vacina para este ano já está acordada e programada com a indústria produtora. Na avaliação dele, isso viabiliza a imunização dos animais em todos os estados envolvidos, dentro da programação esperada.
“Estamos em constante articulação com os serviços veterinários estaduais, com o setor produtivo e com a indústria produtora de vacina no país, para que as últimas etapas de vacinação contra a febre aftosa ocorram de forma adequada”, afirma o diretor.
Moraes destaca, ainda, que “para a segunda etapa de vacinação, os produtores poderão solicitar autorização aos serviços veterinários estaduais para realizar a vacinação de seus animais a partir de primeiro de outubro, ou postergar para dezembro, dependendo do planejamento reprodutivo utilizado no rebanho”. Essa possibilidade atende à demanda de produtores preocupados com possível redução dos índices de prenhez no rebanho, por conta do manejo dos animais durante a vacinação.
Vale destacar que o processo de imunização em áreas especiais, como a região do Pantanal e a Ilha do Bananal, por exemplo, permanece inalterado, ou seja, essas localidades seguem o calendário previsto inicialmente.
Foto da capa: Arquivo/Mapa