Apesar da Bahia não ser uma região endêmica, se informar sobre a febre maculosa é importante para quem pretende visitar o Sudeste brasileiro, principalmente áreas rurais
por Agência Comuni.ativa
Nos últimos tempos, os registros de casos e óbitos relacionados à febre maculosa têm causado preocupação entre os brasileiros. Embora os casos dessa doença geralmente se concentrem em áreas de clima mais frio e com vegetação densa, principalmente nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, é importante estar alerta e tomar precauções, mesmo que a Bahia não seja uma região endêmica para a doença. Especialmente nesta época do ano, com festas juninas e férias escolares, quando há um aumento nas viagens para o interior e outros estados, a preocupação com a doença se intensifica.
A febre maculosa é transmitida pelo carrapato-estrela, que está infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. É importante destacar que o carrapato-estrela não é a espécie comumente encontrada em cães, mas sim em animais de grande porte, como bois, cavalos, aves domésticas, coelhos, gambás e, especialmente, capivaras.
Para que ocorra a transmissão, o carrapato precisa permanecer fixado na pele da vítima por duas a quatro horas. Não há risco de transmissão direta de uma pessoa para outra. Durante viagens, especialmente para áreas onde há relatos de transmissão, os carrapatos, devido ao seu tamanho pequeno, podem se esconder nas roupas ou no próprio corpo.
A Dra. Vanessa Teixeira, médica infectologista e professora do curso de Medicina do Centro Universitário UniFG, destaca a importância de verificar cuidadosamente as roupas, cabelos e todo o corpo, incluindo pescoço e áreas de difícil visualização, ao retornar de uma área endêmica. Caso surjam sintomas nos 14 dias seguintes ou se suspeitar de contaminação, é necessário buscar ajuda médica e informar ao profissional de saúde que esteve em uma área endêmica.
Os sintomas da febre maculosa podem variar, desde casos assintomáticos ou com poucos sintomas, como dores no corpo e febre baixa, até casos mais graves, nos quais o paciente apresenta febre associada a dores no corpo e, após o quinto dia, surgem manchas avermelhadas na pele, que começam nas mãos e pés e se espalham pelo corpo, aumentando de tamanho.
Nos casos mais graves, quando não se procura atendimento médico ou não se recebe tratamento adequado, os sintomas podem evoluir para insuficiência respiratória e renal, podendo levar ao óbito. Segundo a Dra. Vanessa Teixeira, de cada dez pessoas infectadas que apresentam os sintomas da doença, cerca de três a quatro podem desenvolver casos graves e correr risco de morte.
Durante esse período em que há um aumento de notificações de casos de febre maculosa no Sudeste do país, a infectologista dá algumas orientações para aqueles que planejam viajar para a região, principalmente áreas rurais onde há maior presença de animais de grande porte e maior probabilidade de carrapatos. É recomendado manter os cabelos presos e usar roupas que cubram todo o corpo, a fim de evitar o contato do carrapato com a pele. Após o retorno para casa, é essencial verificar minuciosamente as roupas em busca do carrapato-estrela, que possui apenas de 4 a 5 milímetros, e realizar uma inspeção visual em todo o corpo.
Caso seja encontrado algum carrapato, é importante removê-lo cuidadosamente para evitar quebrá-lo. Para aqueles que não estiveram em áreas endêmicas, mas apresentam sintomas após serem picados por carrapatos ou encontrarem carrapatos em seus corpos, é essencial procurar um serviço médico para obter um diagnóstico adequado.
Os exames de investigação para a febre maculosa, como o hemograma e as sorologias, podem ser solicitados pelo médico. É importante ressaltar que o tratamento para a febre maculosa, quando há suspeita da doença, não deve ser atrasado à espera dos resultados dos exames. O tratamento consiste em medicamentos orais simples, e o paciente deve iniciar o tratamento imediatamente em caso de suspeita da doença.