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Feira do livro quente

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Com tanta livraria e editora fechando neste nosso país onde ainda se lê pouco, a campanha para incentivarmos a leitura, dando livro de presente neste Natal foi grande. Então o lema da Feira do Livro de Florianópolis deste ano foi: Dê livro de presente.

A feira do livro de Florianópolis aconteceu de 13 a 23 de dezembro, num local novo, já que estavam fazendo obras no Largo da Alfândega. Então, o novo local foi o calçadão da Paulo Fontes, quase em frente ao Terminal de ônibus urbanos do centro, o Ticen.

Pois agendei o lançamento do meu livro de contos de Natal, da antologia do Grupo Literário A ILHA e de de livros solo de integrantes da nossa agremiação literária e fomos, no dia 20, para autografarmos nossos livros na tarde toda. Chegamos às 14 horas, como agendado, para ficar até as 19 horas. Mas estava quente demais. A sensação térmica devia estar para mais de quarenta graus e com o sol entrando pela feira, ficava ainda mais quente.

Já faz algum tempo que “forças ocultas” (?) vêm tentando acabar com a feira do livro de Florianópolis. Não é de agora. Há alguns anos, uns quatro, talvez, a prefeitura não queria mais que a Câmara Catarinense do Livro fizesse a feira do livro no Largo da Alfândega, porque teriam que tirar de lá os feirantes de frutas e verduras, vejam vocês. Botamos a boca no trombone, publiquei artigo em jornal local e eles voltaram atrás, a feira pode ficar com um cantinho do Largo. Mas sempre há a possibilidade de não haver mais o espaço já consagrado para a feira no centro. Desta vez há obras, resolveram mexer no entorno do mercado público bem na temporada (como sempre, aliás). E a feira do livro foi para um lugar onde é impossível a gente ficar de tão quente, mesmo levantando um lado das tendas, pois não havia nem um ventilador de teto para amenizar a situação, pelo menos para os leitores que vem comprar livros.

Já falei isso, mas vale repetir. A Câmara não tem recursos, não há apoio de ninguém para a realização da feira. O evento está se tornando inviável. Isso na capital do Estado, frise-se. E eu vejo, em outras cidades catarinenses, como Joinville, Jaraguá do Sul, Criciúma, Chapecó, etc., feiras do livro excepcionais, com convidados importantes, grandes nomes da literatura de renome nacional vindo fazer palestras, conferências, lançamentos de livros. E aqui, na capital do Estado Catarina, nada. Naquelas cidades, há o apoio do Estado, da União, do município, da indústria e comércio locais e as cidades valorizam suas feiras. Os eventos têm cada vez mais participantes e mais visitantes. Aqui em Florianópolis, acontece o contrário. A Feira vai minguando cada vez mais, porque ninguém investe nela.

Já é tempo desse estado de coisas mudar. Leitura é o hábito mais importante que podemos ter. Leitura é conhecimento, cultura, é o futuro. Futuro de todos nós, futuro do país, do mundo. Nosso “políticos” precisam ter um pouco mais de cultura, precisam valorizar mais a educação e a cultura. Se você ainda não deu presente para alguém, dê um livro de presente. É um presente para a vida toda.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745