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Fertilizantes: Suspensas exportações para o mercado brasileiro

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O potássio bielorrusso, que representa 20% do mercado brasileiro, é agora impossível de ser entregue aos consumidores brasileiros

 

Por: Revista Brasil Mineral/Brasil 61

 

O embaixador de Belarus, Sergey Lukashevich, anunciou a suspensão das exportações de fertilizantes para o mercado brasileiro por causa do fechamento de fronteiras com a Lituânia. “Muitas pessoas estão, agora, olhando para o território da Belarus, onde os primeiros passos para soluções mais sérias estão sendo dados. Naturalmente, como embaixador da Belarus no Brasil, eu gostaria que os brasileiros vissem meu país como um destino turístico com florestas e lagos azuis e uma deliciosa culinária local. Todos nós esperamos acordos de paz. Esta não é a primeira vez que organizamos conversações de paz sobre a Ucrânia na Belarus.” – salientou Lukashevich.

O potássio bielorrusso, que representa 20% do mercado brasileiro, é agora impossível de ser entregue aos consumidores brasileiros, porque a Lituânia proibiu o trânsito do potássio de Belarus para o Brasil. “Esta não é uma maneira elegante de privar o Brasil de fertilizantes para soja, milho e café. Aumenta a fome neste país e diminui a vantagem competitiva dos produtos agrícolas do Brasil nos mercados mundiais”, diz o embaixador.

O receio é de que a interrupção das exportações pela Rússia e por Belarus eleve o preço do produto, prejudicando a safra brasileira deste ano.  Para o deputado federal Neri Geller (PP-MT), o conflito pode provocar um aumento vertiginoso do insumo agrícola. E isso terá impacto direto no bolso do consumidor.

Segundo o parlamentar, o custo da tonelada do potássio subiu de US$ 320 para US$ 850 nos últimos doze meses. “Não sabemos como ficará a situação caso as sanções atinjam os fertilizantes. Se houver sanções nesse sentido, vamos ter reflexos. Talvez falte produto para fazer a próxima safra, ou aumente muito o custo, porque terá que vir de outros lugares, como Arábia Saudita, Irã e Bolívia. Mas não é suficiente para a quantia que produzimos”, completou Geller.

Dentre os estados mais prejudicados está o Mato Grosso, maior produtor brasileiro de grãos. Segundo dados da Conab, em 2021 a Rússia respondeu por 21% dos nitrogenados, e, no caso específico do nitrato de amônia, o país é praticamente o único fornecedor para o Brasil. Em janeiro foram internalizadas 2,31 milhões de toneladas de fertilizantes, 15,2% a menos quando comparado a janeiro de 2021, apresentando, no entanto, dispêndios sem precedentes – US$ 1.146,2 milhões, uma vez que os preços médios dos itens importados atingiram o recorde de U$ 496,62/ton. -, incremento de 110,4%, em relação aos preços praticados no mesmo período do ano passado.

Outro problema a ser enfrentado será o logístico, já que as empresas de transporte marítimo Maersk e MSC Cargo suspenderam temporariamente todo o transporte de contêineres em direção ou partindo da Rússia, se juntando a uma série de outras empresas após as sanções ocidentais impostas a Moscou devido à guerra na Ucrânia. A dinamarquesa Maersk destacou que a estabilidade e a segurança das suas atividades já estão sendo afetadas de forma direta e indireta pelas sanções internacionais, o que motivou a decisão. A suspensão abrange todos os portos russos, não inclui alimentos, suprimentos médicos e humanitários, disse Maersk.

Diversas empresas internacionais também anunciaram a decisão de deixar o país e de interromper investimentos após a invasão da Ucrânia por Moscou, incluindo as gigantes do petróleo Shell e BP, que atuam no país há décadas. A Maersk detém 31% da operadora portuária russa Global Ports, que opera seis terminais na Rússia e dois na Finlândia.

Foto da capa: Divulgação/Poder360

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745