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FGTS: governo deve anunciar nova rodada de saques

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Segundo informações, cada trabalhador que tiver saldo em conta poderá sacar entre R$ 500 e R$ 1.000. Isso representaria uma injeção de quase R$ 30 bilhões na economia e mais de 40 milhões de pessoas seriam beneficiadas.

 

Por: Rafaela Soares/Brasil 61 

 

O Governo Federal deve assinar nos próximos dias uma medida provisória que libera uma nova rodada de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), como aconteceu em 2020. A ideia é que cada trabalhador que tenha saldo em conta possa retirar entre R$ 500 e  R$ 1.000.  Isso representaria uma injeção de quase R$ 30 bilhões na economia e mais de 40 milhões de pessoas seriam beneficiadas. A previsão é que o presidente Jair Bolsonaro autorize a liberação dos recursos na próxima semana. Essa é a expectativa após o ministro da Economia, Paulo Guedes, declarar que haveria a liberação dos recursos após o carnaval, durante evento do banco BTG Pactual, no dia 22 de fevereiro.

Segundo o economista Max Leno, ao fazer uma análise macroeconômica, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode ser beneficiado com a medida, já que o potencial de consumo das famílias é um elemento que compõe a estimativa do índice.  “Tendo em vista que há essa possibilidade de injeção desses recursos da ordem de vários bilhões de reais na economia brasileira e isso pode representar uma injeção que possa vim a beneficiar esse elemento constitutivo do PIB, que representa uma porcentagem do cômputo do índice”, explica.

O governo ainda não liberou o calendário para os saques, mas a população já vê com alívio essa medida. Rosimara Ventura tem 34 anos e é auxiliar de serviços gerais em Vitória, no Espírito Santo. Ela participou dos primeiros saques, em 2020, e diz que o dinheiro ajuda no orçamento de casa. “ Tudo muito alto. Talão [boletos], alimentação e o pouco que vem dá um alívio. Ainda mais que sou só eu que trabalho e tenho quatro pessoas desempregadas. Dá para aliviar um pouco. Eu tinha talões acumulados, já não vou ficar com a água cortada.”

Saques: O que fazer com o dinheiro?

Ainda de acordo com o economista, a utilização desses valores tem aspecto bastante pessoal e cada pessoa deve pensar bem quais são as destinações para esse eventual recurso. “Como as taxas de juros estão em patamares mais altos do que nos outros anos, isso tem impactado tanto sob o ponto de vista do nível de endividamento, porque as dívidas acabam crescendo muito em função dessa taxa. Então, aqueles que têm cautela ou querem efetivamente tentar o nível de endividamento, essa pode ser uma decisão prudente, que é justamente direcionar recursos para reduzir ou até quitar esse nível de endividamento.” explica.

Para aqueles que estavam aproveitando essa oportunidade para efetuar qualquer tipo de compra necessária, pode também ser um bom momento. Já o trabalhador que consiga poupar, existem muitas aplicações financeiras que estão acompanhando o ritmo da elevação da taxa de juros. Mas Max Leno lembra que é necessário que cada um avalie o seu perfil para ter certeza de onde investir o dinheiro.

“Se são perfis mais conservadores, é mais prudente que esse dinheiro seja aplicado em modalidades de aplicação financeiras mais conservadoras, como poupança ou aquelas que não tragam tanto risco. Já no caso dos aplicadores que têm um perfil mais agressivo, tem algumas possibilidades no mercado de capitais e também nas próprias instituições financeiras.”

Enchentes

Trabalhadores das cidades de Campo Limpo Paulista (SP) e de Porciúncula (RJ) podem sacar a partir desta terça-feira (8) o FGTS por calamidade. Esses dois municípios foram afetados por fortes enchentes recentemente.

Cada trabalhador atingido pelas enchentes poderá retirar até R$ 6.220. Somente poderão sacar o FGTS os moradores de endereços informados pela Defesa Civil dos municípios à Caixa Econômica Federal.

Os saques podem ser feitos pelo aplicativo do FGTS, disponível na Google Play e Apple Store, até o dia 3 de maio, no caso de Porciúncula, e 11 de maio, no caso de Campo Limpo Paulista.

Foto da capa: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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