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Folhas ao vento

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Segredo.

Palavra vinda do latim, à parte, oculto, isolado.

Segredo.

Guarda na junção de suas letras aquilo que ninguém pode saber.

O que é mais íntimo, mais secreto, mais seu.

Aquilo que muitas vezes só se conta para não sufocar.

Aquela história, notícia, novidade, desilusão que se guarda no lugar mais escondido de todos, mas que chega uma hora, ou você fala, ou morre.

Aí, quando chega nesse estágio, começa a procura: A quem confiar tal segredo?

Pensa em mil e uma pessoas, procura como quem quer encontrar agulha no palheiro.

Enfim, escolhe o confidente.

Antes de começar a falar recomenda:

“Vou te contar uma coisa, mas, por favor, não comenta com ninguém.”

Desabafa.

Depois que termina, recomenda:

“Por favor, não comenta com ninguém.”

O Escolhido concorda e se vai.

Acha a história tão interessante que se vê com uma grande necessidade de contar também.

Sendo assim, conta para alguém da sua inteira confiança.

Que conta para alguém que não vai contar para ninguém.

De um minuto para o outro, ninguém vira alguém que conta para uma pessoa que seria incapaz de passar para frente tal novidade.

Assim, como folhas soltas ao sabor do vendo de agosto em Brasília, a história vai voando, com novas versões, novos detalhes, muitas vezes novos personagens…

E o que era do coração de um só, torna-se o segredo de todos.

Por isso, caso tenha um segredo, mantenha-o em segredo.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 744