A organizada Igreja dos tempos modernos se compõe de três ramificações principais: a ortodoxa, a católica Romana e a protestante. Esses três segmentos do cristianismo se desenvolveram ao longo de quinze séculos. A Igreja cristã dos primeiros séculos era unificada, ainda não era dividida como é hoje.
Originalmente, a Igreja primitiva possuía centros em todo o império romano, cada um presidido por um bispo que conduzia as atividades da Igreja em sua região. Os principais centros do segundo século eram Jerusalém, Antióquia, Alexandria, Éfeso e Roma.
Mais tarde, a influência de Éfeso decaiu, e a influência de Jerusalém se reduziu após a destruição do templo em 70 d.C. e a paganização de Israel pelos romanos. Antes do sexto século não havia bispo como superintendente da Igreja de Cristo no império, mas havia cinco patriarcas independentes que partilhavam equânimes, a supervisão.
O Bispo de Roma, Gregório Magno ficou conhecido como o principal de todos. Diante disso, a formalização da Igreja católica romana pode ter sido assinalada no final do sexto século. Entretanto a Igreja oriental desfrutava de considerável independência de Roma, e ficou conhecida como a Igreja ortodoxa. O seu líder era o bispo de Constantinopla, a capital oriental do império romano.
O ramo protestante do cristianismo separou-se da Igreja católica romana, no século 16, depois da Reforma liderada por Martinho Lutero. A Reforma dava ênfase à Escritura e [não aceitava] a tradição como o padrão da doutrina eclesiástica, [daí] a separação de Roma, que havia sido iniciada por cristãos dissidentes desde o século 13.
Heresias: Antes da Reforma, os apóstolos contendiam com falsos ensinamentos sobre os requisitos para ser justo perante Deus (legalismo) e sobre a natureza do corpo físico de Cristo e da própria realidade (formas primitivas do gnosticismo).
Entre o primeiro século e a era atual, surgiram diversas heresias: os ebionitas negavam a real divindade de Cristo, assim como os monarquianistas dinâmicos e os arianistas; os modalistas; negavam a Trindade; os eutiquianos e os nestorianos não aceitavam a doutrina da pessoa de Cristo em Sua natureza humana. Estes são alguns erros mais conhecidos, muitos dos quais se encontram em seitas contemporâneas.
Outras Heresias tratavam do problema do pecado humano e da natureza da expiação. A heresia teve como resultado positivo de forçar a Igreja a definir claramente a doutrina bíblica ortodoxa, que se [formou], em boa parte, em vários credos.
As perseguições: A Igreja primitiva passu por dez tipos de perseguições. As perseguições mais cruéis e difundidas foram a de Domiciano no final do século 1 (c.90-96), a de Décio (249-51) em meio à celebração do milésimo aniversário da fundação de Roma, na qual existiu uma grande pressão para se voltar às religiões antigas, e, finalmente, a mais severa de todas: a perseguição de Diocleciano (303-311). Mas a Igreja superou estas tribulações e fortaleceu-se ainda mais.
Constantino: Logo após a perseguição de Diocleciano, um imperador que o sucedeu, Constantino, tornou-se cristão. Ele usou a máquina de seu governo romano para fortalecer a fé a que se converteu, e por fim declarou o cristianismo, religião oficial do império. A mãe de Constantino, Helena, que também era cristã, ouviu falar da desatenção a muitos locais bíblicos na Terra Santa, e viajou até lá para garantir a sua proteção por meio da construção de santuários, alguns dos quais se situavam abaixo de Igrejas antigas. Constantino foi crucial na pregação da afirmação da divindade de Cristo no Conselho de Nicéia conforme expresso pelo Credo de Niceia.
Maomé: No sétimo século, um árabe chamado Maomé alegou ter tido revelações de Deus, que com o tempo originaram-se o Corão ou Alcorão e a fé Islâmica. [Alcorão ou Corão é o livro sagrado do Islamismo. Os muçulmanos creem que o Alcorão é a palavra literal de Deus (Alá) revelada ao profeta Maomé (Muhammad) ao longo de um período de vinte e três anos. É um dos livros mais lidos e publicados no mundo].
Maomé alegou que que sua fé era revelação final de Deus, embora reconhecesse a validade de revelações anteriores concedidas a Moisés e a Jesus, os quais considerava grandes profetas. Ele fez valer essa nova fé por meio do fio da espada, e, por fim, acabou conquistando diversas terras que já haviam sido predominantemente cristãs. Esses acontecimentos acabaram originando as Cruzadas, que duraram do século 9 ao 13.
As cruzadas: Um movimento para libertar a Terra Santa dos conquistadores muçulmanos iniciou-se no século 11. A primeira cruzada conseguiu capturar as principais cidades da Ásia Menor e a cidade de Jerusalém. Depois Dessas, aconteceram diversas outras que, no fim, não obtiveram êxitos duradouros. Para atrair soldados para as cruzadas oferecia-se aos candidatos a alistamento e entrada direta no céu caso morressem, ou o perdão de dívidas e isenção dos impostos caso vivessem.
A Reforma: O ramo romano da Igreja desfrutava da influência irrestrita no Ocidente desde o século 6 até a reforma do século 16, que buscava restaurar a antiga fé dos primeiros séculos. Os centros da Reforma foram a Alemanha, com Martinho Lutero; a Suíça, com João Calvino e Uldrych Zwingli; e a Escócia, com John Knox.
Como o cristianismo influenciou a história secular: Como seria a vida se Cristo não tivesse vindo e o cristianismo não tivesse se espalhado pelo mundo? Provavelmente seria muito diferente. Embora a Grécia tenha dado à civilização ocidental grande contribuição na arte, na filosofia e na literatura, e Roma tenha dado legislação e governo, foi a visão de mundo cristã que deu ensejo à ciência moderna, ao empenho em amenizar a pobreza, à educação universal e aos ideais de igualdade e liberdade consagrados nos documentos de tantos governos.
O Deus da ordem e da beleza deu ensejo à visão de que a natureza era possível e ordenada. A crença cristã de que toda humanidade foi criada por Deus serviu como alicerce à verdade da vida, da liberdade e da busca pela felicidade. Como as pessoas foram criadas à margem de Deus, são valiosas independente de sua situação na vida, riqueza ou prestígio à social. Ajudam-se, educam-se e protegem-se simplesmente porque foram feitas à imagem de Deus. A perda desses ideais cristãos certamente seria um trágico prejuízo ao bem-estar da humanidade.
Referência: O Novo Comentário Bíblico do Novo Testamento. A Palavra de Deus ao Alcance de Todos. Earl D. Radmacher doutor em Teologia, editor geral; Ronald B. Allen, doutor em Teologia, editor do AT; H. Wyne House, doutor em Teologia e Direito, editor do NT. Edição de 2010.